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    Quatro conselheiros da Petrobras rejeitam indicação do governo e deixarão cargos

    Conselheiro Omar Cunha afirma que decidiu não permanecer após troca de presidente da estatal e mudanças na gestão da empresa

    Guilherme Venaglia, da CNN, em São Paulo

    A Petrobras informou em nota divulgada nesta terça-feira (2) que quatro conselheiros indicados pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recusaram o convite para permanecer no Conselho de Administração e vão deixar a estatal.

    Segundo a Petrobras, a indicação de João Cox Neto, Nivio Ziviani, Paulo Cesar de Souza e Omar Carneiro da Cunha foi feita pelo Ministério de Minas e Energia no último dia 19 de fevereiro. A União ocupa essas cadeiras enquanto acionista controladora da Petrobras.

    Dos quatro conselheiros que rejeitaram o convite do governo para seguir na Petrobras, um citou diretamente a mudança no comando da empresa, com a indicação do general Joaquim Silva e Luna para suceder Roberto Castello Branco, e a política de preços da estatal, criticada pelo presidente Jair Bolsonaro.

    “Em virtude dos recentes acontecimentos relacionados as alterações na alta administração da Petrobras, e os posicionamentos externados pelo representante maior do acionista controlador da mesma, não me sinto na posição de aceitar a recondução de meu nome como Conselheiro desta renomada empresa”, afirmou Omar Carneiro da Cunha, em ofício enviado ao almirante Eduardo Leal, presidente do conselho.

    Sede Petrobras
    Sede da Petrobras. Estatal brasileira afirma que está monitorando os preços do petróleo e suas ações têm queda de quase 24%
    Foto: Sérgio Moraes/Reuters (09.Mar.2020)

    Cunha prossegue, criticando a decisão do governo de alterar a gestão da empresa. “A mudança proposta pelo acionista majoritário, embora amparado nos preceitos societários, não se coaduna com as melhores práticas de gestão, nas quais procuro guiar minha trajetória empresarial.”

    O conselheiro Paulo Cesar de Souza e Silva também enviou manifestação a Leal. No seu comunicado, ele justifica a decisão “em virtude que meu mandato de Conselheiro de Administração será, em breve, interrompido inesperadamente”. A troca acontece com a Assembleia Geral Extraordinária (AGE), convocada para discutir o nome do general Silva e Luna para presidir a Petrobras.

    Souza e Silva ainda elogiou a gestão do atual presidente da empresa, Roberto Castello Branco. 

    “Aproveito para registrar meu respeito e reconhecimento pelo excelente trabalho desenvolvido pela Diretoria Executiva e funcionários da Petrobras bem como pelos meus colegas Conselheiros sob a liderança do Presidente Eduardo Leal”, escreveu.

    Segundo a nota da Petrobras, os conselheiros João Cox Neto e Nivio Ziviani “lamentavelmente não poderão aceitar por razões pessoais”.

    A empresa encerra o comunicado frisando que substitutos que sejam indicados pelo governo para os postos “serão submetidos ao processo de análise de gestão e integridade da companhia e objeto de análise pelo Comitê de Pessoas.”

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