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    Quanto o Facebook perde quando o WhatsApp e o Instagram ficam fora do ar?

    Com as falhas, apps de Zuckerberg perdem a confiança dos usuários e dos anunciantes. Mas quem sai perdendo mesmo são os comerciantes

    Tamires Vitorio, do CNN Business Brasil, em São Paulo

    Os aplicativos do WhatsApp e Instagram tiveram instabilidade nesta sexta-feira. Os problemas da rede social e do app de mensagens aconteceram tanto na versão mobile quanto na web. Mais do que prejuízos para os usuários, a queda pode afetar diretamente o bolso do bilionário Mark Zuckerberg, CEO e fundador do Facebook? 

    A resposta é incerta. Não existe, até o momento, um cálculo específico sobre os efeitos das quedas na receita anual do Facebook. O que se sabe é que, dos US$ 28 bilhões de faturamento da companhia no último trimestre de 2020, US$ 27,1 bilhões estavam ligados a publicidades veiculadas nas redes sociais. As falhas nos apps, portanto, podem acabar impactando a receita dos anúncios.

    Mas não no curto prazo. “Mesmo quando falta energia nas nossas casas, não temos desconto na conta de luz, porque isso já está previsto nos pormenores do contrato. O mesmo acontece com os anúncios do Facebook”, explica Johnny Silva Mendes, professor de economia da FAAP e pesquisador do Banco Digital Cactvs.  

    O que pode acontecer, segundo Mendes, é que as empresas deixem de anunciar na rede social e busquem alternativas. “Se eu entendo que não está sendo saudável manter o anúncio no Facebook porque ele está caindo, é natural que eu busque outras opções”, diz Mendes.

    O que Zuckerberg perde, segundo Fabro Steibel, diretor executivo do Instituto de Tecnologia & Sociedade do Rio de Janeiro (ITS), é a confiança dos usuários — o que, para ele, também pode afetar a receita da companhia. “A confiança é uma das principais geradoras de novos negócios. A falta dela é uma preocupação para as empresas de tecnologia”, explica. “É uma rachadura, não é uma quebra, mas é preocupante.”

    Steibel lembra que, da outra vez que aconteceram problemas no WhatsApp, aplicativos como o Signal e o Telegram cresceram. “O usuário quer que o serviço esteja sempre disponível. Você usa a tecnologia porque ela está sempre ali, quando ela começa a cair muito, você começa a pensar em alternativas”, diz. 

    As instabilidades podem impactar diretamente o bolso dos comerciantes que anunciam no Facebook e no Instagram. Se as redes parassem de funcionar por um dia, os negócios poderiam perder cerca de R$ 9 mil, de acordo com uma estimativa feita pelo professor Mendes a partir de dados da companhia Pedzap, a pedido do CNN Brasil Business.

    Em um mês, o valor saltaria para R$ 263.157,89 — dinheiro que, principalmente em meio à crise econômica, é essencial. 

    Adeus, “zapzap”

    A falha no WhatsApp não podia vir em um momento mais confuso para o app de mensagens. Metido em controvérsias desde o ano passado, o WhatsApp pretende compartilhar dados da versão sua Business com o Facebook. Isso está previsto para acontecer no dia 15 de maio deste ano.

    A decisão fez com que houvesse uma debandada do app de Zuckerberg rumo a outros aplicativos que, na teoria, coletam menos dados dos usuários. 

    Com a queda desta sexta, as piadas sobre migrar para o Telegram voltaram firmes e fortes. Em fevereiro, o rival do WhatsApp foi o aplicativo mais baixado no mundo, com 63 milhões de downloads, quase 4 milhões a mais do que o “zapzap”, segundo a consultoria SensorTower

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