Prorrogação do auxílio emergencial pode aumentar déficit público, diz Mansueto
Segundo o secretário, a renovação pode provocar um déficit primário de R$ 850 bi, na casa dos 11,5% do PIB
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou que uma prorrogação do auxílio emergencial pode piorar o rombo nas contas públicas de 2020. “Todas as possibilidades de renovação dão um gasto adicional de R$ 100 bilhões, equivalente a 1,9% do PIB (Produto Interno Bruto). Assim, se tiver renovação vamos a um déficit primário de R$ 850 bi, na casa dos 11,5% do PIB”, disse.
“Temos que ver qual vai ser a prorrogação, se haverá, por quanto tempo e qual valor. Mas tudo isso implica em um déficit e dívida maior”, completou o secretário.
Almeida deixará o cargo de secretário do Tesouro até o fim de julho. Nesta segunda-feira (29), ele participou de sua última coletiva de imprensa para comentar o resultado primário do Governo Central de maio, junto a seu sucessor, Bruno Funchal, que assume a secretaria em 31 de julho.
Segundo Mansueto, é “quase certo” que o déficit primário do Brasil este ano será superior a 11% do PIB. “Precisamos lembrar que estamos caminhando para déficit primário do governo central acima de 9% do PIB. Isso pode piorar com a renovação de alguns programas emergenciais que estavam inicialmente previstos para terminar em junho”, observou.
A última projeção oficial do Ministério da Economia é de que, com uma recessão econômica de 4,7%, o buraco fiscal das contas do setor público consolidado, que além do Governo Central, inclui estados e municípios, alcance R$ 708,7 bilhões em 2020, equivalente a 9,9% do PIB.
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