Projeção para inflação sobe para 4,60%, e mercado vê Selic a 4,5% em 2021
Essa foi a décima alta consecutiva na previsão da inflação, que há um mês estava em 3,62%
O mercado financeiro elevou novamente as projeções para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2021, que mede a inflação oficial do país. A estimativa é de que a inflação deste ano fique em 4,60%, ante 3,98% esperado na semana passada. Essa foi a décima alta consecutiva na previsão para o índice, que há um mês estava em 3,62%.
Os números são do Boletim Focus do Banco Central, divulgados nesta segunda-feira (15). O documento reúne a estimativa de mais de 100 instituições do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos.
A expectativa está acima do centro da meta de 3,75% para este ano. A meta é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e tem uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o IPCA pode ficar entre 2,25% e 5,25%.
Para perseguir a meta, o BC eleva ou reduz a taxa básica de juros, a Selic, atualmente na mínima histórica, a 2% ao ano. No entanto, os economistas também elevaram a projeção para a taxa ao fim de 2021 de 4% ao ano para 4,5% ao ano. Há um mês, a previsão era de 3,75% ao ano.
O Comitê de Política Monetária do BC (Copom) se reúne nesta terça (16) e quarta-feira (17) para discutir o patamar da Selic. Após fala do presidente do BC indicar que o Copom já discutiu na última reunião, em janeiro, o início da elevação dos juros básicos para março, boa parte do mercado aposta em uma alta de 0,5 ponto percentual nesta semana. Assim, a taxa subiria para 2,5%.
Atividade econômica
A previsão do mercado para o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) este ano recuou levemente de crescimento de 3,26% para 3,23%. Há um mês, era esperada alta de 3,43%.
Se confirmada a alta prevista para o PIB de 2021, a economia brasileira vai recuperar parte da queda de 4,1% registrada na atividade em 2020. A recessão do ano passado foi puxada pelos impactos econômicos da pandemia de Covid-19 e das medidas de isolamento social. Assim, a alta do PIB este ano também está condicionada à melhora no cenário da crise sanitária e ao avanço da vacinação.
Na última semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a vacinação em massa reduzirá o desemprego e retomará a economia. Com isso, ele acredita que o país voltará “à normalidade” em até seis meses.