‘Prévia do PIB’ sobe 0,60% em julho, acima do esperado pelo mercado
A mediana das projeções ficava em torno de 0,35%; calculado pelo BC, o IBC-Br serve de parâmetro para avaliar o ritmo da atividade ao longo dos meses
A atividade econômica avançou 0,60% em julho ante o mês anterior, de acordo com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado nesta quarta-feira (15). A mediana das projeções ficava em torno de 0,35%.
Na comparação anual, o índice mostra avanço de 5,53% e, no acumulado em 12 meses, alta de 3,26%. Já no acumulado de 2021, o IBC-Br mostra alta de 6,8%.
Conhecido como uma espécie de “prévia do PIB (Produto Interno Bruto)”, o índice calculado pelo BC serve de parâmetro para avaliar o ritmo da atividade ao longo dos meses.
O resultado positivo está diretamente ligado com a abertura gradual da economia no Brasil, que acompanha o avanço da vacinação contra a Covid-19.
Dados do IBGE divulgados nesta semana mostram que o volume de serviços, setor que representa cerca de 70% do PIB, cresceram 1,1% em julho, para o patamar mais elevado desde março de 2016.
Esse movimento vem sendo puxado, em parte, pela retomada dos serviços prestados às famílias, que sofreram mais com as medidas de distanciamento durante a pandemia. Fazem parte desse grupo serviços de alojamento e alimentação, como hotéis e bares.
Por outro lado, no mesmo mês, a indústria registrou queda bem mais forte do que a esperada sobre junho, de 1,3%, iniciando o terceiro trimestre mais de 2% abaixo do nível pré-pandemia.
Incertezas e desaceleração
A indústria foi uma das responsáveis pela estagnação da atividade no segundo trimestre do ano. De abril a junho, a economia brasileira teve queda de 0,1%, segundo dado divulgado recentemente pelo IBGE.
Especialistas vêm reduzindo as expectativas de crescimento da economia brasileira tanto para este ano quanto o próximo. A mais recente pesquisa Focus do BC mostra que as projeções agora são respectivamente de altas de 5,04% e 1,72%.
Mas as incertezas para 2022, que incluem de crise hídrica à situação política e fiscal em ano eleitoral, já levam muitos a ver expansão abaixo de 1% no próximo ano, com o Itaú calculando avanço de apenas 0,5%.
*Com Reuters