‘Prévia da inflação’ fica em 0,83% em junho; em 12 meses, alta é de 8,13%
Índice foi pressionado pelo preço da gasolina e da energia elétrica
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15), considerado a prévia da inflação, subiu 0,83% em junho, acima da taxa de 0,44% registrada em maio. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (25) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em 12 meses, o índice acumula alta de 8,13%, bem acima do teto da meta do governo.
Fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o centro da meta este ano é de 3,75%. No entanto, a margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo permite que o índice varie de 2,25% a 5,25%.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,13%. Em junho de 2020, a taxa foi de 0,02%.
Energia elétrica e gasolina
Dos grupos analisados, a maior variação foi em habitação, com alta de 1,67%. O aumento foi puxado pela energia elétrica devido à mudança na bandeira tarifária de vermelha patamar 1 (R$ 4,169) para patamar 2 (R$ 6,243). Os valores extras das bandeiras tarifárias são cobrados a cada 100 kWh consumidos.
Mas o maior impacto (0,28 p.p.) no mês de junho veio dos transportes (1,35%), que haviam sido o único grupo a apresentar queda em maio. O resultado influenciado pela alta de 3,69% nos preços dos combustíveis. Embora a gasolina (2,86%) tenha tido uma das menores altas do grupo dos transportes – ao ser comparada ao gás veicular (12,41%), ao etanol (9,12%) e ao óleo diesel (3,53%) – tem o maior peso e já acumula variação de 45,86% nos últimos 12 meses.
Alta nos alimentos desacelera
Alimentação e bebidas continuam subindo, mas de forma estável, informou o IBGE. Em junho, a alta foi de 0,41%, resultado próximo ao do IPCA-15 de maio, de 0,48%.
A alimentação no domicílio passou de 0,5% no mês passado para 0,15% em junho. Contribuíram para essa desaceleração a queda nos preços das frutas (-6,44%), da batata-inglesa (-9,41%), da cebola (-10,32%) e do arroz (-1,91%).
Já as carnes (1,14%), o leite longa vida (2,57%) e o queijo (1,99%) subiram.
Na alimentação fora do domicílio (1,08%), o movimento foi inverso. A refeição (0,86%) e o lanche (1,67%) aceleraram na comparação com o mês anterior. De acordo com o IBGE, as altas podem ser explicadas, em parte, pelos aumentos nos preços dos produtos de proteínas como carne e queijos, assim como pela alta de outros custos como transporte e energia.