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    Pressão inflacionária nos preços de alimentos deve persistir, diz economista

    À CNN Rádio, Antonio Buainain avaliou que, apesar de produção recorde em 2020, o problema de inflação não está associado à oferta de produtos

    Apesar de uma expectativa de produção agrícola boa até o final deste ano, a pressão inflacionária nos preços dos alimentos não tem data para acabar. Esta é a avaliação do professor do Instituto de Economia da Unicamp, Antonio Buainain, em entrevista à CNN Rádio.

    O volume de produção agrícola do Brasil atingiu R$ 470,5 bilhões em 2020, valor 30,4% maior em comparação com o ano anterior, de acordo com dados do IBGE.

    Ele explica que o problema de inflação nos alimentos aqui no Brasil “não está associado a um problema de oferta”: “A agricultura tem se tornado muito capaz de responder demandas do mercado interno e externo e temos condição até de ampliar a produção sem provocar danos ambientais.”

    Segundo o economista, a pressão se dá por causa do aumento do preço no mercado internacional aliado à instabilidade da economia brasileira, que “se traduz com a alta do dólar e a flutuação da taxa de câmbio.”

    “Quando há desvalorização, aumenta o preço em real, mas o custo de produção também sobe, pois estão colados a preços internacionais, quando ocorre um reposicionamento na taxa de câmbio e preços internacionais se reduzem, o custo de produção já se elevou, isso é ruim”, disse.

    “A pressão inflacionária nos preços de alimentos persistirá no curto e médio prazos, não vejo como poderemos contê-la”, analisou.
    Buainain também chamou a atenção para o fato de que o Brasil “perdeu a tradição” de ter uma política pública de segurança alimentar, a exemplo de países da Europa, Estados Unidos e Austrália, que mantêm estoques reguladores estratégicos.

    “É um método preventivo, precisamos ter estoques não para modificar tendências de mercado, não alterar sinalização, mas suavizá-las e evitar choques que são causados por conjunturas, momentos desequilibradores que depois trazem consequências”, defende.

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