Presidente do BB já esperava pressão política, mas quer ficar no cargo
Na segunda-feira, o banco anunciou o fechamento de 361 unidades no primeiro semestre deste ano, sendo 112 agências e demissão de 5 mil funcionários
Com sua permanência no cargo ameaçada, o presidente do Banco do Brasil, André Brandão, cumpre agenda “normalmente” em São Paulo nesta quarta-feira (13) e está “tranquilo”, disseram à CNN auxiliares diretos do executivo na instituição.
Segundo executivos do BB, Brandão estava em Brasília desde segunda-feira (11) e viajou para a capital paulista nesta quarta-feira, logo depois do almoço, para agenda com clientes do banco. A agenda do executivo não é divulgada publicamente.
“Ele está trabalhando normalmente com a tranquilidade de quem não deve nada”, relatou à coluna um auxiliar direito de Brandão no BB. Segundo esse auxiliar, o executivo já esperava “desconforto político” com os recentes cortes anunciados.
Na segunda-feira, o banco anunciou o fechamento de 361 unidades no primeiro semestre deste ano, sendo 112 agências, 7 escritórios e 242 postos de atendimento, e comunicou abertura de dois PDVs com previsão de adesão de 5 mil funcionários.
A medida gerou desconforto direto do presidente Jair Bolsonaro, principalmente por ter sido comunicado no mesmo dia, embora horas antes, do anúncio da Ford do encerramento da produção de carros no Brasil, com fechamento de três fábricas.
Auxiliares de Brandão afirmam que ele já esperava a reação política, mas que a medida era “necessária”. Dizem também que o executivo planejou algumas medidas para tentar amortecer esse impacto, como ampliação do número de correspondentes bancários.
Fontes da equipe econômica ouvidas pela coluna confirmaram que há uma operação nos bastidores para tentar manter Brandão no cargo. Segundo um influente secretário do Ministério da Economia, o executivo está disposto a seguir no carro.
Procurada oficialmente, a assessoria de imprensa do Banco do Brasil disse que não vai comentar o assunto.