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    Precisamos de equilíbrio entre compaixão e pragmatismo, diz CEO da BlackRock

    Em live promovida pelo Santander, Larry Fink defendeu a necessidade de grandes investimentos, com apoio do setor privado, para resgatar a economia pós-Covid-19

    A saída da crise do novo coronavírus e a retomada da economia não serão uma tarefa simples, na visão de Larry Fink, presidente da maior gestora de fundos de investimentos do mundo, a norte-americana BlackRock. Em uma live realizada com Sergio Rial, presidente do Santander Brasil, na tarde desta quinta-feira (14), Fink afirmou que, conforme os primeiros países testam maneiras de reabrir suas atividades após a paralisia, governos e sociedade terão que enfrentar questões difíceis entre a proteção da economia e da saúde.

    Para ele, tanto o Estado quanto o setor privado terão que agir juntos “para um grande programa de empregos” e “de infraestrutura”, ao espelho do que aconteceu nas décadas de 1920 e 1930 após a Grande Depressão.

    “A maior pergunta que todo legislador, todo presidente, todo CEO deve se fazer é se nós teremos compaixão, como sociedade, ou se seremos pragmáticos”, disse Fink. “Se vamos reabrir, podemos esperar altas taxas [de infecção] da doença, e talvez seja bom ter boa parte da população desenvolvendo anticorpos. Mas aí entra a parte da compaixão, porque haverá também uma alta taxa de mortalidade com essa abertura. (…) 99% da população vai estar bem, teremos uma economia mais dinâmica, mas como a sociedade convive com isso sabendo que teremos também uma alta taxa de letalidade?”

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    Fink ressaltou ainda os efeitos da desigualdade social no avanço do novo coronavírus, que faz com que nos Estados Unidos bem como em outros países, caso do Brasil, a doença seja mais letal entre negros e as classes econômicas mais baixas.

    Do outro lado, também são as empresas menores que sofrerão e terão mais dificuldades em sobreviver à paralisia econômica. “É o ‘Wall Street’ versus o ‘main stream’, que são as pequenas e médias empresas”, disse o executivo. “As grandes corporações, que têm acesso a capital, atendem a suas necessidades entrando no mercado financeiro; elas podem emitir ações, títulos de dívida. As pequenas não podem, e é aí que vejo a dificuldade.”

    “Grande pacote de empregos e infraestrutura”

    Para Fink, não será possível superar as dificuldades econômicas desta crise sem grandes pacotes públicos, apoiados pelo setor privado, à exemplo do que aconteceu nos grandes programas de investimentos que ajudaram a economia global a se reerguer da grande crise de 1929. 

    Isso será especialmente necessário se for confirmada uma segunda onda de infecções que já se esboça conforme os países testam uma reabertura das atividades – “se houver essa segunda onda do vírus antes de termos antivirais em ações, vamos precisar de outra onda de estímulos, porque vai ser difícil promover essa retomada”, de acordo com o CEO da BlackRock.

    “Em termos de política fiscal, com as lições que aprendemos sobre como os governos estabilizaram suas economias nos anos 20 e 30, na Grande Depressão, acredito que será necessário um grande programa de empregos, e esses programas vão precisar de infraestrutura. A indústria da construção emprega um número enorme de pessoas e não acaba com a tecnologia”, disse. 

    “Obviamente”, acrescentou, “o setor privado também terá que trabalhar nisso. Um programa de infraestrutura é muito importante e a maior parte do capital tem que vir do setor privado. Grandes empresas, grandes bancos têm que se unir e trabalhar com os governos estaduais e federais, precisamos do setor público e privado trabalhando junto.”

    “Isso veio para ficar”, disse o presidente do Santander no Brasil, Sergio Rial, referindo-se aos vários questionamentos que o choque da pandemia está trazendo ao líderes e à sociedade. “Haverá implicações muito profundas e já estamos vivendo isso, especialmente a respeito da criação de empregos e da necessidade de pensar como vamos reengajar a demanda no mundo.”

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