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    Prates tem sinal verde do compliance e deve assumir Petrobras na 5ª

    Senador do PT pelo Rio Grande do Norte deve ocupar vaga deixada por Caio Mário Paes de Andrade

    Pedro Duranda CNN no Rio de Janeiro

    Depois de ter o aval do departamento de compliance, o senador Jean Paul Prates deve assumir o comando da Petrobras nesta quinta-feira (26). A informação foi confirmada por fontes da estatal à CNN.

    A indicação do senador pelo PT do Rio Grande do Norte havia sido oficializado no dia 12 de janeiro. De lá pra cá, a equipe da área de Governança e Conformidade se debruçou sobre o currículo e as ligações políticas e empresariais do potencial futuro executivo, mas não encontraram nada que pudesse vetar o nome ao cargo.

    A reunião do Conselho de Administração da Petrobras já havia sido marcada no início do mês e será realizada nesta quinta-feira às 9h da manhã. É provável que, ao ter o nome aprovado, Prates já tenha a posse no mesmo dia, no fim da tarde, ou logo no dia seguinte.

    Integrantes do colegiado ouvidos pela CNN estão divididos sobre a possibilidade de a reunião despertar algum tipo de resistência ao nome do senador, mas, ainda que desperte, não devem ser um impeditivo para que o senador seja o eleito.

    Inicialmente ele terá de ser eleito pra compor o Conselho, na vaga deixada por Caio Mário Paes de Andrade, que assumiu um cargo no governo de São Paulo. Depois, é convidado para participar da reunião, e tem seu nome votado para ocupar a presidência.

    Questionado pela CNN, Jean Paul Prates não quis comentar o assunto pois não está oficialmente ainda na gestão da empresa.

    Ele assumirá a Petrobras logo depois de entrar em vigência um novo aumento no preço da gasolina, com o litro 23 centavos mais caro. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (24) e passa a valer na quarta (25).

    O óleo diesel, no entanto, continua 7% mais barato nos polos da Petrobras do que o valor de importação segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

    Na semana passada a refinaria privada da Acelen, que fica em Aratu (BA), já tinha decidido aumentar o litro do diesel em 48 centavos, um indicativo de que o movimento pode ser seguido pela Petrobras.

    Prates propõe uma gestão sem sobressaltos, com previsibilidade mas uma mudança de estratégia e conduta. Ele defende a criação de um fundo de estabilização do preço dos combustíveis no âmbito do Ministério de Minas e Energia e promete suspender a venda de refinarias para refazer os estudos que basearam essa decisão estratégica da companhia.

    Há grande expectativa no mercado sobre a possibilidade de mudança na distribuição dos dividendos da petrolífera. Hoje os acionistas ficam com uma boa fatia do lucro da Petrobras e têm pagamentos periódicos dos valores. A política é questionada por dirigentes do PT, como a presidente Gleisi Hoffman, e pode entrar no radar de Prates.

    Ainda que assuma a Petrobras nesta quinta, o senador não poderá fazer grandes mudanças de bate-pronto. É que a maior parte das decisões estratégicas da empresa são tomadas com anuência do Conselho de Administração, que hoje conta com cinco remanescentes do governo Bolsonaro, uma representante dos trabalhadores e quatro membros indicados e eleitos por outros acionistas.

    Até mesmo para mudar diretores é necessário o aval do Conselho. O board da empresa tem hoje oito diretores em seu quadro, boa parte deles fez carreira dentro da estatal ou na área de petróleo e gás.

    A mudança no alto escalão é o primeiro passo para mexer na política de precificação dos combustíveis. Prates defende que seja respeitada uma paridade internacional e não de importação, o que pode tornar mais subjetiva a regra de variação do preço.

    Apesar de ter inaugurado um portal de transparência, a Petrobras não revela os métodos utilizados para subir ou baixar o valor que cobra das distribuidoras por gasolina, diesel, querosene e asfalto, por exemplo. Embora a regra seja ajustar os preços ao que cobram os importadores, os executivos não apontam quais as referências e os gatilhos usados para essas mudanças.

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