Política de paridade é preço artificial; defendo preço de mercado, diz Sachsida
Ministro de Minas e Energia afirmou ainda que atual modelo de capital misto da Petrobras não funciona
O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, classificou a política de paridade internacional (PPI) como uma política de preço artificial. Ele também se posicionou a favor de uma preço de mercado, mas reforçou que a mudança na política de preços cabe à empresa e não ao governo.
“É o preço de mercado que eu tenho me oposto a alterar. […] O PPI não é um preço via mercado. Ele é um preço para reproduzir o preço de mercado. Eu sou a favor do preço de mercado. Se o PPI não está representando o preço de mercado de maneira eficiente, é evidente que ele precisa ser melhorado”, explicou durante audiência pública na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (21).
Ainda na avaliação dele é possível fazer uma mudança na política de preços da Petrobras, desde que a medida seja decidida pelo presidente e pelos diretores da própria empresa.
“O PPI pode ser alterado? Uma empresa constantemente altera sua política de preços. É natural que empresas revisem sua política de preços. É natural mudanças em decorrências de mudanças abruptas do cenário”, argumentou.
O ministro ainda se posicionou a favor de uma mudança no modelo da Petrobras. Segundo ele, o atual modelo da empresa, de capital misto, não funciona e, visando maior competitividade, é preciso adotar um modelo entre estatal ou privada. “Temos que escolher um, o modelo atual não está funcionando”.
Embora tenha colocado a decisão como do Congresso, Sachsida destacou a privatização da Petrobras como uma solução inteligente, ressaltando que a medida poderia valorizar a empresa e gerar excedente de lucro, que, por sua vez, poderia ser usado para “amenizar o sofrimento da população brasileira”.
“Petrobras no mercado aberto, é uma ideia. Quando você vai para o mercado aberto, com governança superior, o preço das ações aumenta. E com o aumento do preço das ações, é como se tivesse gerado um aumento de riqueza a todos os detentores daquele título, no caso para todos que detém ações da Petrobras”, observou.
Questionado sobre a possibilidade de revogar o último ajuste da Petrobras no preço de combustíveis, que entrou em vigor no último sábado (18), Sachsida disse ser uma possibilidade difícil. Ele reforçou também a posição contrária ao congelamento de preços.