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    PMEs apostam no digital e enxergam sistema bancário ultrapassado, diz pesquisa

    62% dos entrevistados que ainda possuem contas em bancos tradicionais afirmam ter interesse em utilizar serviços de instituições digitais

    Cleber Souza e Matheus Prado, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Maioria das PMEs (Pequenas e Médias Empresas) brasileiras acreditam que super aplicativos, com serviços variados, serão tendências do setor financeiro. É o que aponta um estudo feito pelo banco digital BS2 e divulgado nesta quinta-feira (19) com exclusividade ao CNN Brasil Business. 

    Segundo o levantamento, 8 em cada 10 entrevistados — 81%– acreditam em um fortalecimento e na alta de super aplicativos, enquanto 80% acham que os marketplaces continuarão crescendo mesmo com o fim da pandemia da Covid-19.

    Smartphone
    Aplicativos disponíveis em tela de smartphone
    Foto: Rami Al-zayat/Unsplash

    Além disso, 78% entendem que o sistema bancário será completamente integrado. Já para 77%, bancos que não se modernizarem terão dificuldades em competitividade no mercado. Ao todo, foram ouvidas mais de 400 pessoas — líderes de pequenas e médias empresas em todo o país–, entre 24 de junho e 13 de julho deste ano. 

    Com o mercado cada vez mais diversificado quando se fala em serviços prestados por bancos, mudar contas para bancos digitais tem sido a melhor saída para empresas, pois elas entendem que o sistema tradicional está ultrapassado. Segundo o estudo, entre as companhias que usam novos bancos, mais de 70% abriram sua conta há três anos ou menos. 

    Enquanto isso, 62% dos entrevistados que ainda possuem contas em bancos tradicionais afirmam ter interesse em utilizar serviços de instituições digitais. No nordeste, o percentual chega a 71%. 

    Breno Guelman, executivo do BS2, comenta que é possível perceber que a população brasileira já reconhece as soluções dos bancos digitais no mesmo nível ou até superiores às dos bancos tradicionais. 

    “Essa transformação foi primeiro percebida na Pessoa Física e agora começa a ficar evidente para as Pessoas Jurídicas, em especial para as PMEs que representam a maior parte das empresas no país”, comenta. 

    Gestores ainda apontam que menores tarifas, agilidade no atendimento, rentabilidade e fácil utilização de aplicativo ou plataforma são alguns dos critérios que devem fazer as empresas mudarem para o banco digital. 

    Modernização 

    O mesmo levantamento ainda traz um panorama sobre fatores de modernização no sistema bancário. Mais de 79% dos executivos ouvidos veem relação entre bancos mais inovadores e o surgimento de bancos digitais. 

    Para 76%, a agilidade nos processos bancários influenciou novos bancos. Outros 78% acreditam que Pix e Open Banking contribuíram para as transformações digitais.

    Oito a cada 10 empresas ouvidas apontaram a rapidez na solução de problemas e no atendimento a qualquer hora do dia como as principais influências do modelo digital, assim como a desburocratização do sistema. 

    Quando questionados sobre os principais avanços das instituições financeiras nos últimos cinco anos, pequenas e médias empresas apontam: a maior velocidade nas transações financeiras (35%); aplicativos mais rápidos e completos (35%) e maior automação dos processos e melhor atendimento nos canais digitais (29%).

    Pandemia

    O estudo mostra ainda o reflexo da pandemia da Covid-19 para acelerar esse processo de modernização e digitalização, além do comportamento das empresas em relação aos serviços bancários. Quase metade das PMEs ouvidas (47%) afirmam que sua relação com os bancos mudou nesse período.

    A região Sul é onde a maioria (57%) das companhias viu esse impacto, enquanto nas regiões Centro Oeste e Norte, o número cai para 42%.

    Durante o período, a abertura de conta em bancos digitais pela agilidade e facilidade (43%), além do acesso a outros serviços (40%), foram as principais mudanças relatadas pelas empresas. Outro motivo citado para migração entre bancos foi o valor abusivo das tarifas (28%). 

    Além da mudança de banco, também houve impacto na utilização de produtos e serviços. Um terço dos entrevistados afirma que a empresa realizou um downgrade no plano de serviços (29%), enquanto outros (22%) realizaram a contratação de mais serviços bancários desde março de 2020.

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