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    Petroleiros apontam adesão em greve na Bahia; Petrobras nega impacto na produção

    A greve por tempo indeterminado teve adesão de cerca de 1.000 trabalhadores da Petrobras que se manifestaram contra a venda de refinaria no estado

    Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

    Marta Nogueira, da Reuters

     

    Petroleiros da Bahia iniciaram nesta quinta-feira (18) uma greve por tempo indeterminado, com a adesão de cerca de 1.000 trabalhadores da Petrobras, que se manifestaram contra a venda de refinaria no estado e em outras localidades, informou em nota a Federação Única dos Petroleiros (FUP).

    O movimento não afetou a produção da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), em São Francisco do Conde (BA), que está em estágio avançado de venda para o Mubadala Capital, de acordo com a Petrobras.

    A petroleira, no entanto, não deu mais detalhes sobre a manifestação, como por exemplo se confirmava a adesão anunciada pela federação.

    A FUP, em contrapartida, afirmou que como se trata do primeiro dia do movimento, não é possível medir se há impacto na produção da Rlam.

    A paralisação teve início apesar da estatal ter afirmado anteriormente em comunicado que o movimento é ilegal e que adotará todas as medidas administrativas e jurídicas cabíveis.

    Segundo a FUP, não houve troca de turno na Rlam nesta quinta-feira, enquanto trabalhadores próprios e terceirizados permaneceram do lado de fora da unidade. A refinaria tem cerca de 900 trabalhadores próprios e 1.700 terceirizados, de acordo com a federação.

    A Petrobras anunciou na semana passada que o Mubadala Capital venceu disputa pela Rlam, com uma oferta de US$ 1,65 bilhão. A assinatura do contrato, entretanto, ainda está sujeita à aprovação de órgãos competentes.

    Antes de iniciar a greve, os trabalhadores entregaram à petroleira uma pauta reivindicatória relacionada à venda. Segundo a FUP, desde segunda-feira a petroleira vinha realizando reuniões com o Sindipetro-Bahia, mas não houve avanço nas conversas.

    Dentre as reivindicações, os trabalhadores questionam como ficará o cronograma de transição da operação, os prazos de transferência de funcionários, critérios e prioridades, dentre vários outros questionamentos.

    Em nota enviada anteriormente, a Petrobras afirmou que foi notificada no domingo pelo Sindipetro-BA sobre a intenção de realizar a paralisação e que o motivo alegado “não preenche os requisitos legais para o exercício do direito de greve”.

    “A greve só é legítima quando está relacionada à reivindicação de direitos dos trabalhadores, como salário e benefícios; caso contrário, é considerada abusiva. A venda da Rlam não acarretará nenhuma perda de direito ou vantagem trabalhista para os empregados da Petrobras”, disse a empresa.

    A Petrobras ressaltou que já garantiu que todos os empregados que optarem por permanecer na companhia serão realocados em outros ativos e áreas.