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    Petrobras aumenta gasolina em 5% na refinaria; alta desde maio é de 80%

    Em comparação ao começo do ano, entretanto, o preço do litro do combustível ainda está 13,7% mais barato

    Roberto Samora e Gabriel Araujo, da , Reuters

    A Petrobras anunciou aumento médio de 5% para a gasolina vendida em suas refinarias a partir de quarta-feira, enquanto manteve a cotação do diesel, em momento de firmeza nos preços internacionais do petróleo e de uma melhora no mercado de combustíveis no país, atrelada ao avanço na flexibilização da quarentena contra a Covid-19.

    O movimento anunciado nesta terça-feira é a oitava alta seguida para a gasolina, em uma tendência vista desde 7 de maio. Na comparação com o patamar mais baixo do ano, verificado no final de abril (R$ 0,9160/litro), a elevação acumulada no preço da gasolina supera 80%, conforme acompanhamento dos dados da Petrobras feito pela Reuters.

    Apesar da recente valorização, o preço da gasolina da Petrobras ainda está 13,7% abaixo do que era no início do ano, disse a empresa por meio da assessoria de imprensa.

    A forte recuperação nas cotações médias da gasolina da Petrobras ante a mínima do ano segue-se a flexibilizações nas quarentenas para combater o coronavírus em várias parte do país, o que tem tido impacto positivo na demanda por combustíveis.

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    Desde que a Petrobras iniciou essa sequência de altas na gasolina, algumas variáveis levadas em conta pela empresa para seguir a paridade de importação foram na direção contrária.

    O dólar caiu de quase R$ 6, no início de maio, para R$ 5,38 (cerca de 10%), enquanto o petróleo Brent subiu mais de 40% no mesmo período, para cerca de 43 dólares o barril.

    Além disso, as vendas de gasolina no Brasil fecharam o mês de junho com queda de 7,6% ante o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pelo governo na véspera. Mas ainda assim o recuo na demanda é bem menor do que o visto no momento em que as medidas para combater o coronavírus exigiam maior isolamento.

    Com o reajuste, o preço médio da gasolina nas refinarias da Petrobras vai para R$ 1,6577 por litro, maior valor desde 29 de fevereiro.

    O repasse de reajustes de combustíveis nas refinarias até os consumidores finais não é imediato e depende de uma série de questões, como margem da distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de biocombustíveis.

    Até o final da semana passada, o preço médio da gasolina na bomba no Brasil era de R$ 4,064 por litro, valor que representa queda de 10,8% no acumulado de 2020, segundo pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

    As altas nas cotações da gasolina têm ajudado o setor de etanol, que também enfrentou queda na demanda devido aos efeitos do coronavírus.

    Desde que a Petrobras iniciou o movimento de reajustes positivos, o álcool combustível veio também acumulando seguidos aumentos semanais até meados de junho, quando passou a cair em meio ao avanço da colheita de cana, conforme avaliação do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), que considera o Estado de São Paulo, maior produtor do país.

    Nos postos, o valor médio do etanol no Brasil na semana passada foi de R$ 2,737 o litro, recuo de 13,8% em 2020 até aquele momento.

    O anunciado aumento da Petrobras também deve ajudar a reduzir a defasagem ante a gasolina vendida no exterior, disse o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sergio Araujo.

    Segundo ele, apesar da redução na disparidade, ainda existe defasagem em vários pontos, variando de R$ 0,081/litro em Itaqui (MA) a R$ 0,004/litro em outros portos do Nordeste.

    Diesel

    A Petrobras já havia elevado a gasolina em 3% na última quinta-feira, quando também aumentou o diesel em 6%.

    O preço médio do diesel da estatal, por sua vez, está em R$ 1,6017, maior nível desde o final de março, segundo dados compilados pela Reuters.

    Ainda assim, o diesel da estatal segue com defasagem ante a cotação externa, de cerca de R$ 0,20 em alguns pontos, segundo a Abicom.

    A Petrobras não revela seus cálculos de paridade de importação, que consideram também os custos que importadores teriam, como transporte e taxas portuárias.

    Em relação às mínimas do ano, registradas entre final de abril e meados de maio, o diesel da Petrobras tem alta de 22,5%. Por outro lado, acumulada queda de mais de 30% ante o valor do início de 2020.

    Segundo dados do governo, a comercialização de diesel no Brasil registrou queda de 2,4% em junho na comparação com igual período do ano passado, um recuo bem inferior aos níveis vistos nos piores momentos da redução da demanda.

    Nas bombas, o preço médio do diesel atingiu R$ 3,147 por litro na semana passada, valor 16,7% inferior ao praticado na última semana de 2019, segundo dados da ANP.

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