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    Pequenos negócios estão em momento de recuperação, diz pesquisa da FGV e Sebrae

    Levantamento mostrou que a proporção de empresas com queda de faturamento reduziu ao menor patamar desde o início da pandemia no Brasil

    Percentual de pequenas empresas que relataram queda no faturamento foi de 59%; na edição anterior do levantamento, o percentual era de 68%
    Percentual de pequenas empresas que relataram queda no faturamento foi de 59%; na edição anterior do levantamento, o percentual era de 68% Foto: Campaign Creators/Unsplash

    Iuri Corsinida CNN

    no Rio de Janeiro

    Um levantamento feito em parceria entre a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Sebrae mostrou que a proporção de empresas com queda de faturamento reduziu ao menor patamar desde o início da pandemia no Brasil.

    A pesquisa revela que os pequenos negócios mantiveram o cenário de recuperação e nenhum dos 20 segmentos observados apresentaram piora em relação à situação financeira na comparação com a pesquisa anterior.

    O percentual de pequenas empresas que relataram queda no faturamento foi de 59%. Na edição anterior do levantamento, o percentual era de 68%.

    Em março de 2020, primeira edição da pesquisa, o percentual era de 89%. O nível médio de impacto da pandemia nos negócios também teve redução, com perda de 23% em relação ao período pré-pandemia.

    Segundo os empresários ouvidos, o aumento de custos e a falta de clientes estão sendo os piores fatores de dificuldade dos negócios, e não mais a pandemia.

    Para 50% dos pequenos empresários, o aumento de custos como insumos, mercadorias, combustíveis, aluguel e energia são os fatores que estão mais dificultando a recuperação das empresas.

    Depois aparecem a falta de clientes (23%), as dívidas com empréstimos (11%), dívidas com impostos (4%), dívidas com fornecedores (4%) e pandemia (3%).

    Para Kennyston Lago, analista de Gestão Estratégica Sebrae, apesar de a pandemia não ser, em tese, o principal problema apontado, os efeitos econômicos atuais estão diretamente relacionados com a crise sanitária.

    O pesquisador citou como destaque o peso cada vez maior dos aluguéis para os empresários.

    “Uma questão nova que não tínhamos monitorado antes é sobre os aluguéis. Metade ainda paga aluguel e isso é uma variável importante. A maioria informou que o aluguel foi reajustado. Então além do combustível, energia, também aumentou o aluguel. E esses custos não estão sendo repassados em sua totalidade para os clientes”, explicou.

    Para 66% dos micros e pequenos empresários (MPE) e para 60% dos microempreendedores individuais (MEIs), os aluguéis que pagam para locação dos espaços físicos de suas empresas aumentaram.

    A pesquisa também indicou os impactos por segmentos. Os segmentos mais afetados são, nesta ordem, beleza, artesanato, economia criativa, turismo e moda.

    Já os menos afetados são saúde, indústria, agronegócio, serviços empresariais e energia. Em todos estes segmentos, os MEIs foram os que sofreram as piores perdas.

    Apesar da melhora em relação ao número de empresários que apontaram redução no faturamento, houve uma redução na expectativa de que a situação volte ao normal. Segundo o levantamento, 41% dos respondentes disseram estar preocupados com o futuro — na pesquisa anterior o percentual foi de 39%.

    “O humor do empresário está muito relacionado ao bolso dele. Quanto menos dinheiro tem, mais preocupado fica. Vimos que apesar da Covid estar deixando de ser o grande vilão, a inflação piorou. Agora o principal problema são as questões do aumento dos custos. O problema sanitário está melhorando, mas os efeitos na economia ainda estão aí e não serão resolvidos em um curto período”, disse Lago, explicando os motivos que resultaram nessa piora na percepção para o futuro.