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    Pela primeira vez, uma mulher negra e africana deve chefiar a OMC

    Ngozi Okonjo-Iweala, economista e ex-ministra das finanças da Nigéria, desfruta de amplo apoio de membros da OMC, incluindo a União Europeia, China e Japão

    Hanna Ziady e Charles Riley, CNN Business

    O caminho foi aberto para a nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala se tornar a primeira mulher e a primeira africana a liderar a Organização Mundial do Comércio (OMC) depois que a candidata da Coreia do Sul saiu da corrida pelo posto.

    Yoo Myung-hee, a ministra do comércio sul-coreana, anunciou a decisão de se retirar da disputa em uma entrevista pela televisão na sexta-feira (5).

    Okonjo-Iweala, economista e ex-ministra das finanças da Nigéria, já desfrutou de amplo apoio de membros da OMC, incluindo a União Europeia, China, Japão e Austrália.

     

    No entanto, os Estados Unidos, sob o governo de Donald Trump, preferiam Yoo, complicando o processo de tomada de decisão, uma vez que a seleção de um novo líder exige que todos os membros da OMC concordem com a escolha. A seleção formal de Okonjo-Iweala pode ter que esperar até depois de os Estados Unidos nomearem um novo representante na OMC.

    Yoo disse que sua decisão foi tomada após “consultas diretas” com os Estados Unidos, acrescentando que a OMC ficou sem líder por muito tempo.

    Com sede em Genebra, o órgão encarregado de promover o livre comércio está sem um diretor-geral permanente desde que o brasileiro Roberto Azevêdo deixou o cargo, no final de agosto, um ano antes do planejado. Na época, a OMC não conseguiu conter o acirramento da luta comercial entre os Estados Unidos e a China. 

    O governo Trump foi altamente crítico da OMC e abalou a autoridade da instituição ao impor tarifas ao Canadá, México, China e União Europeia. Okonjo-Iweala irá, portanto, assumir o controle de uma organização que tem lutado para evitar brigas comerciais entre seus membros.

    Embora o presidente dos EUA, Joe Biden, já tenha tomado medidas para restaurar o apoio às instituições multilaterais, espera-se que ele proceda com cautela ao assinar novos acordos comerciais.

    Em um discurso ao Departamento de Estado na quinta-feira (4), Biden prometeu recolocar a diplomacia no centro da política externa dos EUA, mas também teve o cuidado de enfatizar que a política externa do país deve beneficiar a classe média norte-americana.

    Okonjo-Iweala, que vem de uma das poucas partes do mundo onde o livre comércio é ascendente, disse à CNN em agosto que a atividade comercial terá um papel importante na recuperação da pandemia do coronavírus.

    “A OMC precisa de um líder neste momento. É necessário um novo olhar, um rosto novo, um estranho, alguém com capacidade para implementar reformas e trabalhar com os membros para garantir que a OMC saia da paralisia parcial em que está”, declarou a nigeriana em uma entrevista.

    Okonjo-Iweala passou 25 anos no Banco Mundial como economista de desenvolvimento, chegando ao cargo de diretora administrativa. Ela também presidiu o conselho da Gavi Alliance, uma iniciativa da Fundação Bill e Melinda Gates que está ajudando a distribuir vacinas contra o coronavírus em todo o mundo, deixando o cargo no final de seu mandato, em dezembro.

    – Eoin McSweeney, Yoonjung Seo e Stephanie Busari contribuíram com a reportagem.

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).

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