Pela primeira vez na história, Copom eleva taxa Selic por 10 vezes seguidas
Na reunião desta quarta-feira, Banco Central optou por uma alta de 1 ponto percentual, a 12,75%
Buscando conter a alta desenfreada da inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a taxa Selic pela 10º vez consecutiva, a 12,75%. De acordo com um levantamento realizado pelo CNN Brasil Business com Michael Viriato, estrategista da Casa do Investidor, esse é o mais longo ciclo de altas subsequentes na história.
O Banco Central optou, em sua terceira reunião de 2022 – nesta quarta-feira (4), por uma alta de 1 ponto percentual.
O máximo de altas seguidas foi no último ciclo encerrado em 2014, de 9 elevações. Luciano Costa, economista e sócio da Monte Bravo Investimentos, explicou que o crescimento no ciclo foi interrompido pela eleição da época.
Com relação ao atual movimento, Alexandre Espirito Santo, economista-chefe da Órama, lembra que a taxa Selic ficou em níveis muito baixos na pandemia, e a inflação disparou a partir de 2021.
“O retorno para alcançarmos a meta [da inflação] está levando mais tempo do que aquele que estávamos usualmente acostumados a experimentar… Nunca tivemos uma taxa tão baixa e, agora, precisaremos de mais tempo”.
Ambos os especialistas acreditam que a taxa de juros deve subir mais uma vez, completando 11º altas consecutivas. A próxima reunião do Copom acontecerá em 14 e 15 de junho.
Veja o histórico da taxa de juros desde 1996, base histórica de dados do Banco Central:
Inflação
Considerado como “prévia da inflação” oficial, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) acelerou para 1,73% em abril. O número é 0,78 ponto percentual (p.p.) maior que a taxa de março (0,95%), informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O instituto destaca que essa é a maior variação mensal do indicador desde fevereiro de 2003 (2,19%), além de ser a maior variação para um mês de abril desde 1995 (1,95%).
Veja também a série histórica da inflação desde julho de 1996: