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    Dinheiro sem fim: fortuna de bilionários brasileiros cresceu 27% na pandemia

    ONG Oxfam mostrou em relatório divulgado nesta segunda-feira que os mais ricos da América Latina e Caribe aumentaram suas fortunas em US$ 48,2 bilhões

    Do CNN Brasil Business, , em São Paulo*

    Mesmo durante a crise econômica causada pela pandemia de Covid-19, os 73 bilionárias da América Latina e do Caribe ficaram ainda mais ricos. Um estudo mostrou que os que têm patrimônio acima de US$ 1 bilhão na região aumentaram suas fortunas em 17%, o equivalente a US$ 48,2 bilhões. 

    Só no Brasil, os 42 bilionários aumentaram suas fortunas em US$ 34 bilhões e agora têm, juntos, um patrimônio de US$ 157,1 bilhões. O aumento foi de 27% no período. 

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    O relatório Quem Paga a Conta? – Taxar a Riqueza para Enfrentar a Crise da Covid na América Latina e Caribe, divulgado hoje (27) pela Oxfam, leva em consideração dados de março a junho deste ano. Os cáculos foram feitos com base em daos da Forbes, que publica a lista anual de bilionários e tem um ranking que acompanha as fortunas em tempo real. 

    O montante ganho pelos bilionários da América Latina e Caribe no período equivale a um terço do total de recursos previstos em pacotes de estímulos econômicos adotados por todos os países da região.

    “Ser extremamente rico na região significa estar praticamente imune a esta crise econômica”, diz o relatório. No documento, a diretora executiva da Oxfam Brasil, Katia Maia, diz que “enquanto a maioria da população se arrisca a ser contaminada para não perder emprego ou para comprar o alimento da sua família no dia seguinte, os bilionários não têm com o que se preocupar”. 

    Conforme mostra a organização, desde o início das medidas de distanciamento social para combater a disseminação da covid-19, oito novos bilionários surgiram na região, ou seja, um a cada duas semanas. Enquanto isso, a estimativa é que 40 milhões de pessoas devem perder seus empregos e 52 milhões vão entrar na faixa de pobreza na América Latina e Caribe em 2020.

    Reforma tributária

    Segundo a organização, no Brasil, a discussão da reforma tributária não tem levado em conta a necessidade de reestruturar o sistema para que haja a redução das desigualdades e para torná-lo mais progressivo.

    Os debates, em andamento no Congresso Nacional, têm tratado da simplificação da tributação sobre o consumo, o que, segundo a Oxfam, não resolve as distorções do sistema no qual quem ganha menos paga proporcionalmente mais imposto do que quem ganha muito. “Ninguém parece ter a intenção de tocar nos privilégios dos mais ricos, que nunca pagaram uma parte justa de impostos. É como se a maioria da população não tivesse o direito a uma vida digna”.

    Com o desenho atual de impostos sobre patrimônio nos países da América Latina e Caribe, a região arrecadria um total máximo de US$ 281 bilhões dos bilionárias da região. Uma estimativa conservadora, segundo a Oxfam, mostra que se fosse aplicado um imposto extraordinário sobre as grandes fortunas, com caráter progressivo, entre 2% e 3,5% em cada país, sobre os patrimônios acima de US$ milhão, seria possível arrecadar até US$ 14,26 bilhões, cinquenta vezes mais. 

    Para a Oxfam, a recuperação dos impactos da Covid-19 implica uma reconstrução social e econômica do país. A ONG defende uma reforma tributária “justa e solidária, que enfrente as distorções e privilégios existentes no sistema tributário nacional e que tenha como uma de suas prioridades a redução das desigualdades”. 

    *Com informações da Agência Brasil

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