Netflix andou na contramão e teve um ótimo 2020. Mas 2021 pode ser difícil
Hollywood teve um 2020 desastroso com a pandemia de coronavírus abalando fortemente a indústria do entretenimento. Mas o que para Hollywood foi perda, para a Netflix foi ganho.
A empresa de streaming prosperou em 2020, já que as pessoas ficaram presas em casa durante a crise global de saúde. A empresa reportou ganhos colossais de assinantes nos últimos dois trimestres, o que ajudou a elevar suas ações em quase 70% este ano.
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Agora, os investidores estão ansiosos para saber se a Netflix pode garantir esse impulso para o próximo ano.
A empresa divulgará seus lucros do terceiro trimestre após a abertura dos negócios na terça-feira (20). Obviamente, Wall Street ficará de olho no crescimento de assinantes (como sempre acontece com a Netflix). Ainda assim, muita atenção se concentrará no que a empresa tem a dizer sobre o próximo trimestre e o próximo ano, de acordo com Bernie McTernan, analista sênior da Rosenblatt Securities.
Para McTernan, a previsão de aumento de 2,5 milhões de assinantes da Netflix no terceiro trimestre é um “número conservador” que a empresa deve superar. No entanto, pode ser um indicador de que o próximo ano pode ser muito mais pobre do que 2020.
“Achamos que, em 2021, o crescimento de assinantes diminuirá substancialmente”, afirmou ao CNN Business. “As perspectivas para 21 serão mais desafiadoras para a Netflix”
McTernan, que é mais pessimista na Netflix do que a maioria dos outros investidores, acrescentou que está curioso em saber se a empresa aumentará os preços no próximo ano, um movimento que pode levar os clientes a cancelar o serviço.
“Fizemos uma pesquisa sobre streaming de vídeo e uma quantidade substancial de entrevistados indicou que cancelaria a Netflix ou reduziria o número de meses de assinatura se houvesse um aumento de um ou dois dólares no preço”, relatou.
Outra preocupação é o aumento da competição no próximo ano.
Ao entrar em 2020, a Netflix era a rainha do mundo do streaming. Novos serviços como a Disney+ estavam dando seus primeiros passos, e outros como Peacock e HBO Max ainda não existiam (A WarnerMedia é a empresa-mãe da HBO Max e da CNN.)
O ano 2021 pode trazer uma história diferente. Por exemplo, a Disney viu seu império de mídia ser arrasado pelo coronavírus com seus filmes atrasados, produções paralisadas e seus parques fechados por meses. Mesmo assim, uma divisão da empresa deu um salto gigantesco este ano: a de streaming.
O Disney+, o novo serviço de streaming da companhia, conquistou mais de 60 milhões de assinantes em menos de um ano. Isso colocou o crescimento do serviço muito à frente do planejado, já que a Disney disse aos investidores no ano passado que projetava que teria de 60 a 90 milhões de assinantes globais até 2024.
Por causa do sucesso da Disney, a empresa anunciou uma reorganização significativa de seus negócios de mídia e entretenimento na semana passada para “acelerar ainda mais” sua estratégia de streaming.
“A reorganização é realmente interessante e mostra o foco da empresa em streaming”, opinou McTernan. “A Netflix simplesmente não enfrentou esse tipo de competição global antes. Os dias fáceis sem competição acabaram”.
Embora a Netflix possa ter um 2021 mais enxuto, ela dificilmente está ameaçada.
Se 2020 provou alguma coisa, é que o streaming veio para ficar. Isso coloca a Netflix em uma posição excelente, considerando que tem uma grande vantagem sobre seus rivais e se tornou sinônimo de streaming em si.
“O lado bom é que o uso de streaming se acelerou durante a pandemia e a Netflix se consolidou como líder global. Acho que é uma ótima empresa, mas são ações difíceis”.
(Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).