Nem Trump, nem Biden: mercado teme a judicialização das eleições nos EUA

Hoje acontecem as eleições presidenciais nos Estados Unidos e o mercado financeiro nunca escondeu a preferência por Trump, que tem incentivado o setor privado com corte de impostos. Mas, o risco crescente para as eleições para o mercado não é a vitória de Biden e, sim, a judicialização: Trump adotou discurso sobre fraude e mau uso dos votos antecipados.

– O ministro da Economia, Paulo Guedes, está quase sozinho dentro do governo na manutenção do teto de gastos. A frase forte dita pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, foi dita em uma live do Jornal O Valor Econômico, em pleno feriado.

– Na entrevista, Maia afirmou que está mais pessimista com o futuro da economia do que no início da pandemia. Além disso, o deputado destacou que há falta completa de organização da agenda e isso não é responsabilidade do Congresso. “A questão agora não é de articulação, nenhum de nós tem certeza de que o governo vai fazer. Num momento, você vê balão de ensaio é prorrogar o auxílio emergencial. No outro, balão de ensaio é prorrogar o estado de calamidade.”

– Em outro trecho da entrevista, Maia alertou que essa falta de ação do governo de Jair Bolsonaro pode jogar o Brasil em uma crise profunda. “Estamos caminhando a passos largos para o precipício. Não é hora de brigas inúteis.” 

– Hoje acontecem as eleições presidenciais nos Estados Unidos e a maior preocupação mercado não é com quem será o presidente, mas como o resultado irá se desdobrar. Isso porque, recentemente, Trump, queridinho do mercado financeiro, tem adotado um discurso sobre fraude e mau uso dos votos antecipados.

– O receio do mercado é as eleições sejam judicializadas. Donald Trump disse estar especialmente preocupado com Estados onde a legislação impede a contagem antecipada dos votos recebidos pelos Correios. Isso ocorre em Michigan e Pensilvânia, por exemplo. Diante desse discurso, fala-se até em ação judicial preventiva do candidato republicano contra eventual derrota nas urnas. 

–  O preço das passagens aéreas no Brasil aumentou rapidamente nas últimas semanas e já está no maior patamar desde o início da pandemia da Covid-19. Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram que, após alguns meses com preços no mínimo histórico nas rotas domésticas, as tarifas subiram 23,2% apenas no mês de agosto na comparação com julho.

– Na média, as passagens aéreas domésticas custaram R$ 324 em agosto, pago pelos quase 2,2 milhões de passageiros que voaram em voos domésticos em agosto. Na rota mais movimentada do Brasil, São Paulo-Rio de Janeiro, o aumento foi de 86%, algo 140% maior que o pago em abril.

– Em nota, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) destacou que a tarifa aérea média real acumula queda de 18,6% de janeiro a agosto de 2020, em relação ao mesmo perído do ano passado. 

– Durante o feriado, a Ânima Educação, grupo que é dono da universidade mineira Unida, da Paulista São Judas e da franquia HSM, informou que assinou um contrato com o Grupo Laureate para comprar os ativos do grupo no Brasil. Entre as instituições dentro deste negócio estão a Universidade Anhembi Morumbi, Salvador, Potiguar e a Business School of São Paulo. 

– Com a operação, o centro universitário FMU também será vendido. Os americanos vão receber R$ 4,4 bilhões pelo negócio. A Ânima também pagará a multa prevista de R$ 180 milhões para o Grupo S er Educacional, que fez a primeira proposta para a dona da Anhembi Morumbi. 

– A montadora Ford anunciou que vendeu a antiga fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC de São Paulo, para a construtora São José e o fundo de investimentos Fram Capital. O negócio foi fechado por R$ 565 milhões e marca uma mudança drástica em uma das maiores fábricas de São Bernardo, cidade berço do sindicalismo nos anos 1980 no Brasil: a ideia é transformar o local em um centro moderno de distribuição para atender São Paulo e a região.

– Agenda: Todos os olhos na corrida eleitoral nos EUA. Normalmente, o resultado sai horas após o fechamento das urnas, mas há incerteza se esse prazo será cumprido desta vez. Na economia, o Banco Central divulga às 08h a ta da reunião que manteve o juro em 2% na semana passada.

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