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    Mudança de presidente na Petrobras “gera situação de incerteza”, diz ex-diretor da ANP

    Congelamento de preços pode ocasionar um risco de desabastecimento nos postos e faltar combustível para a mecanização e transporte da safra

    Artur Nicocelido CNN Brasil BusinessThiago Félixda CNN , em São Paulo

    Na segunda-feira (23), o governo anunciou uma nova troca na presidência da Petrobras. O nome indicado para assumir o cargo é Caio Mário Paes de Andrade. Ele substitui José Mauro Ferreira Coelho, indicado em 6 abril.

    David Zylbersztajn, ex-diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em entrevista a CNN, afirmou que a mudança de presidente na Petrobras “gera situação de incerteza”, já que essa é a primeira vez na história da companhia que um c-level troca de posição em apenas 40 dias.

    Para a entrada de um novo presidente e mudança do conselho tem todo o processo de convocação que pode ser em torno de 100 dias, além do período necessário para fazer algumas mudanças. “[Dessa forma], o que chamam de prazo mais dilatado será um preço congelado”, diz ainda Zylbersztajn.

    A incerteza para Zylbersztajn é que o congelamento de preços pode ocasionar um risco de desabastecimento nos postos e faltar combustível para a mecanização e transporte da safra.

    Caso exista um aumento no preço do barril do petróleo ou uma defasagem no preço cobrado nacionalmente com relação ao valor internacional, os importadores não farão compra da commodity do exterior, acredita o ex-diretor-geral da ANP. E cerca de 15% a 20% da demanda nacional precisa ser importada. “Assim, pode ocorrer em uma falta de combustível”.

    Safra

    A safra no centro-oeste é altamente consumidora de diesel, pois, todo o transporte é feito por caminhões, e a região não tem uma refinaria perto. Cerca de mil caminhões circulam todos os dias pelas estradas.

    Dessa forma, Zylbersztajn afirma que o risco de falta matéria-prima pode acontecer se houver uma defasagem dos preços e, consequentemente, falta de combustível.

    “É uma questão de ter perda do PIB (Produto Interno Bruto) e um desajuste na economia brasileira”, declara o especialista.

    Futuro

    Ele explica que se houver uma valorização do dólar frente o real ou um aumento no preço do barril de petróleo, a conta a ser paga no período pós-eleitoral será muito “salgada” aos brasileiros. “[Porém], de alguma maneira, [o congelamento] é o que o governo quer até a eleição”.

    “Ou seja, de qualquer maneira, é uma situação ruim porque você não segue a regra de mercado e cria tensões naturais”, afirma o ex-diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo.

    “Eu não espero bons-dias para a empresa”, finaliza.

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