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    Morgan Stanley: crescente ruído político no Brasil afeta real e curva de juros

    Cenário se dá em meio a aumento do receio de uma abordagem fiscal menos conservadora no país, disseram estrategistas do banco

    José de Castro, da Reuters

     

    Os crescentes ruídos políticos mais recentes impõem um cenário negativo para o real e geram risco de nova pressão nas taxas de juros de longo prazo, em meio a aumento do receio de uma abordagem fiscal menos conservadora, disseram estrategistas do Morgan Stanley em relatório nesta segunda-feira.

    No caso do câmbio, os profissionais citaram que um nível já carregado de posicionamento favorável ao real, “valuations” caros e elevada sensibilidade aos movimentos do dólar no exterior pesam contra a moeda brasileira, com o risco/retorno do real prejudicado mesmo com a perspectiva de que o Banco Central eleve os juros.

     

    “Achamos que a moeda terá dificuldade em sair de uma faixa de 5,00 reais a 5,60 reais no curto prazo e vemos (o mercado de) opções como o mais interessante”, disseram, mantendo recomendação de venda de puts (opções de venda) de dólar/real para três meses com delta (uma medida de sensibilidade da opção) 25.

    O dólar à vista oscilava em torno de 5,13 reais nesta segunda-feira, queda de 1,5% no dia, devolvendo, assim, parte da disparada da sexta-feira ditada por renovados temores sobre gastos.

    Num estudo separado no mesmo relatório, os profissionais destacaram que a moeda brasileira está entre as mais sensíveis às movimentações do iuan chinês, junto com dólar australiano, peso colombiano e rand sul-africano.

    Os temas políticos também podem afetar os DIs mais longos, que vêm reduzindo a inclinação ante as taxas mais curtas tanto pelos movimentos de política monetária doméstica quanto pela melhora em recentes dados fiscais.

    Os estrategistas do banco norte-americano avaliaram que a cada vez maior desaprovação do governo e a proximidade da eleição de 2022 sugerem potenciais riscos em direção a uma política fiscal menos austera.

    “Isso poderia, em último caso, criar renovada pressão de alta para os juros longos, especialmente com o excesso de prêmio a termo se movendo para perto de zero”, disseram.

    O spread de taxa entre os DIs janeiro 2025 e janeiro de 2023, que em março chegou a 179 pontos-base, estava em 86,5 pontos-base nesta sessão, mas acima de 77 pontos-base de 28 de julho.

     

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