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    Ministério da Economia não foi leal comigo, diz relator do orçamento

    Senador Márcio Bittar afirma que detalhes da peça, agora contestados, foram acertados com técnicos da equipe do ministro Paulo Guedes

    Da CNN, em São Paulo

    Relator-geral do orçamento de 2021, o senador Márcio Bittar (MDB-AC) se disse desapontado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e com os integrantes da equipe econômica. Bittar disse que está “desgastado” e que as críticas feitas ao orçamento aprovado pelo Congresso são, a seu ver, injustas.

    “É com tristeza que eu falo isso. Eu tinha o ministro da Economia como referência e eu vou repetir o que eu disse ao Congresso em Foco, o Ministério da Economia não foi leal comigo. Tudo que está no relatório foi combinado com o Ministério da Economia”, afirmou Bittar à CNN nesta quinta-feira (8).

    Aprovado em 25 de março, com quase três meses de atraso, o orçamento de 2021 ainda não foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e parte do governo, incluindo o secretário do Tesouro Bruno Funchal, cogita publicamente um veto total ou parcial à peça orçamentária aprovada.

    Segundo Bittar, o problema não é técnico, é político. “Não há, do ponto de vista técnico, nenhuma falha no orçamento aprovado na CMO e depois no Congresso Nacional”, argumentou o senador. O parlamentar afirmou que foco do conflito, o montante de cerca de R$ 29 bilhões em emendas parlamentares, foi combinado com a equipe do ministro Paulo Guedes.

    O senador Márcio Bittar (MDB-AC) (08.abr.2021)
    O senador Márcio Bittar (MDB-AC) (08.abr.2021)
    Foto: Reprodução/CNN

    Como pano de fundo, está a possibilidade ventilada em Brasília de que o orçamento, da forma como foi aprovado, possa ser inexequível por parte do governo federal. Assim, o presidente Jair Bolsonaro correria potencialmente o risco de ter suas contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o que o tornaria inelegível em 2022.

    Na semana passada, em entrevista à CNN, o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), afirmou que estão em avaliação possíveis mudanças no orçamento.

    “Se existe algum ponto na peça orçamentária apresentada pelo Congresso Nacional que precise ser corrigido, será corrigido antes da sanção ou será vetado pelo presidente o trecho que não está de acordo com a legislação”, disse o deputado. “É evidente que nós não caminharemos para a irresponsabilidade fiscal, todos podem ficar absolutamente tranquilos”. 

    Publicado por Guilherme Venaglia