Mesmo com recentes chuvas, crise hídrica não está resolvida, diz especialista
À CNN Rádio, Pedro Côrtes afirmou que há previsão de estiagem em 2022 e é necessário prudência no uso da água e energia
Apesar das chuvas em diversos estados brasileiros neste início de ano, a situação da crise hídrica “não é tranquila”, de acordo com o professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP, Pedro Côrtes.
Em entrevista à CNN Rádio, o especialista disse que não há risco, neste momento, de desabastecimento, dada a recuperação de alguns sistemas, mas chamou a atenção para outros com níveis baixos.
“Para exemplificar três sistemas importantes, Serra da Mesa tem 37%, Emborcação tem 25%, enquanto Itumbiara tem 32%, todos abaixo do que seria necessário”, disse.
De acordo com Côrtes, é preciso esperar o final do verão para se ter certeza.
“É uma situação que precisa ainda ser consolidada em termos climáticos, primeiros 10 dias do ano foram conturbados, com muitas chuvas, e seca no Sul com ondas de calor.”
“Eu não fecharia questão dizendo que sairemos do verão melhor do que no ano passado, mesmo que tenha uma situação de melhoria dos níveis, o problema é que o prognóstico climático indica estiagem longa que pode avançar no início do segundo semestre, não pode ser essa fotografia do final do verão”, completou.
O recado é claro: “Precisamos economizar água e energia, porque temos a possibilidade de estiagem prolongada, não nos deixemos iludir pela situação atual, ela pode ser modificada nos próximos meses.”
Da mesma forma, o professor ressaltou que o consumidor não deve ter redução na tarifa de luz tão cedo. “A Aneel disse que vai manter a bandeira de escassez hídrica até abril, infelizmente para nós da ponta, os consumidores, não teremos refresco neste momento.”
“Acredito que a Aneel seja prudente para se ter certeza do quanto de água vai ter nos reservatórios para enfrentar nos meses subsequentes ao verão.”