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    Ibovespa fecha em alta de 2,17% com commodities; dólar cai a R$ 5,15

    Principal índice da bolsa brasileira encerra positivo, aos 112.300,41 pontos; dólar tem recuo de 1,16%

    João Pedro MalarFabrício Juliãodo CNN Brasil Business em São Paulo

    O Ibovespa encerrou esta sexta-feira (9) com alta de 2,17%, aos 112.300,41 pontos, em sessão marcada pela alta de commodities, com destaque da máxima do minério de ferro na Ásia em duas semanas e fluxo favorável de investimentos. Na semana, o resultado é positivo, com alta de 1,3%.

    Já o dólar terminou o dia cotado a R$ 5,146, após queda de 1,16%, em meio à alta recente de juros na zona do euro e com o real beneficiado por um fluxo de entrada de investimentos em meio a um cenário econômico doméstico positivo. Na semana, a moeda norte-americana registra queda de 0,78%.

    Com mais peso no índice, papéis de bancos sobem, assim como os ligados a commodities, que seguem as valorizações nos preços do petróleo e do minério de ferro. Por outro lado, exportadoras – principalmente ligadas a proteína animal – tiveram recuo, influenciadas pela queda do dólar.

    Na visão do sócio e estrategista da Meta Asset Management, Alexandre Póvoa, a bolsa paulista refletiu o dia mais forte das commodities no mercado externo, bem como recuperação de ações ligadas à economia doméstica.

    “O mercado (brasileiro) havia sofrido muito durante a semana por toda a expectativa sobre um 7 de Setembro tumultuado, o que acabou não acontecendo”, observou.

    Para o analista da Top Gain Sidney Lima, o Ibovespa também ganhou tração com dados de inflação na China, que validaram a visão no mercado de mais estímulos econômicos naquele país no curtíssimo prazo.

    Investidores também reagiram à queda de 0,36% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em agosto, melhor resultado para o mês desde 1998 e quarto melhor para todos os meses da série do IBGE, iniciada em 1980.

    O IPCA, na avaliação de Lima, confirmou que o Brasil tem conseguido fazer um bom gerenciamento do contexto inflacionário.

    Para Póvoa, “o ‘dado pior por dentro’ do IPCA parece já ter sido absorvido, dado que os prêmios nas curvas de juros estão já muito elevados, após as declarações duras de Roberto Campos Neto (presidente do Banco Central), no começo da semana”.

    O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto teve deflação de 0,36%, a segunda consecutiva. Com isso, o índice acumula alta de 8,73% em 12 meses.

    O quadro inflacionário mais positivo, combinado com a perspectiva da proximidade do fim do ciclo de juros e ativos descontados, torna o mercado brasileiro mais atraente para investidores estrangeiros.

    O Banco Central Europeu (BCE) elevou na quinta-feira a taxa de depósito da zona do euro, a mais importante taxa de juros do grupo, em 0,75 ponto percentual, para 0,75%. A magnitude foi a maior desde que o euro passou a circular, e o mercado interpretou as sinalizações da autarquia como duras no combate à inflação, ajudando a moeda em relação ao dólar.

    O Banco Central realizou neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 3 de outubro de 2022.

    Na quinta-feira (8), o dólar teve queda de 0,63%, a R$ 5,20. Já o Ibovespa teve alta de 0,14%, aos 109.915,64 pontos.

    Sentimento global

    A aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, tem variado de intensidade dependendo das expectativas sobre o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos.

    O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em julho com uma nova alta de 0,75 ponto percentual. Entretanto, o Federal Reserve sinalizou que poderia realizar altas menores conforme a economia do país já dá sinais de desaceleração, buscando evitar uma recessão.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Os investidores monitoram ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes. A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, enquanto enfrenta dificuldades para reverter um quadro de baixo consumo pela população, o que impacta a demanda do país por commodities.

    Mesmo assim, o Ibovespa e o real encontraram espaço para recuperação com uma melhora de humor do mercado, apoiada nas perspectivas positivas para as commodities, um cenário econômico doméstico mais forte e uma redução da percepção de riscos em relação às eleições. O cenário, entretanto, pode mudar dependendo do grau de aversão a riscos no exterior.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta quinta-feira:

    Maiores altas

    • Americanas (AMER3): 9,31%
    • Sid Nacional (CSNA3): 8,87%
    • Vale (VALE3): 7,81%
    • Gol (GOLL4): 7,58%
    • CVC (CVCB3): 7,35%

    Maiores baixas

    • BRF (BRFS3): 2,49%
    • Minerva (BEEF3): 1,52%
    • Assaí (ASAI3): 1,31%
    • Iguatemi (IGTI11): 1,14%
    • CPFL Energia (CPFE3): 0,98%

     

    *com informações da Reuters

    *Com informações da Reuters

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