Dólar fecha a R$ 4,60, menor valor desde março de 2020; Ibovespa cai com Petrobras
Moeda norte-americana desvalorizou 1,27%, enquanto o principal índice da B3 encerrou o dia com perdas de 0,24%, aos 121.279,51 pontos
O dólar terminou esta segunda-feira (4) com desvalorização de 1,27%, cotado a R$ 4,60 – menor valor desde 4 de março de 2020, quando bateu R$ 4,58. Já o Ibovespa recuou 0,24% ao longo do dia, aos 121.280 pontos, pressionado pelas ações de bancos e da Petrobras.
As ações da petroleira chegaram a recuar 2% durante a tarde, diante de rumores sobre uma possível desistência de Adriano Pires, nome do governo para chefiar a estatal, da indicação, mas reduziram as perdas, fechando com queda de 0,94%, no caso das preferenciais, e de 0,53%, no das ordinárias.
Os papéis começaram o dia em queda, repercutindo a desistência de Rodolfo Landim da indicação para assumir a presidência do conselho da estatal, anunciada no domingo (3).
Já a moeda norte-americana recuou em um dia de cautela maior nos mercados por conta da possibilidade de países ocidentais implementarem novas sanções econômicas contra a Rússia.
Porém, a cautela não é suficiente para reverter um fluxo de entrada de investimentos estrangeiros que beneficia o real. Ele é baseado nos juros altos do Brasil, ativos descontados na bolsa de valores, saída de outros mercados emergentes e busca por grandes produtores de commodities, cujos preços dispararam.
Com a maior queda trimestral em 13 anos, de 14,55%, a moeda brasileira já está no menor valor em mais de dois anos. No ano, aprofundou suas perdas para 17,33%.
No Brasil ainda, os investidores monitoraram a greve de servidores do Banco Central e o possível impacto do movimento, em especial a possibilidade de um reajuste de 5% para os servidores públicos, o que representaria mais gastos pelo governo e eleva temores de um descontrole fiscal, um cenário que favoreceria o dólar.
Na semana anterior, o dólar fechou cotado a R$ 4,66, com uma queda semanal de 1,69%. Já o Ibovespa subiu 1,31%, fechando em 121.570 pontos, maior valor desde 1º de agosto de 2021, e avanço semanal de 2,1%.
Guerra na Ucrânia
Acompanhe a cobertura ao vivo da CNN sobre o conflito.
Com a guerra na Ucrânia completando um mês, as forças ucranianas têm tentado recuperar território dos russos nos últimos dias, de acordo com um alto funcionário da defesa dos Estados Unidos — que os descreveu como “capazes e dispostos” a fazê-lo.
Rússia e Ucrânia tem realizado rodadas de negociação para tentar encerrar o conflito, mas ainda sem sucesso. O presidente ucraniano sinalizou que o país aceitaria um status de neutralidade, uma exigência russa, mas sem concessões territoriais, e a Rússia falou em avanços nas conversas.
Os países ocidentais reforçaram ameaças de impor novas sanções econômicas contra a Rússia após a divulgação de imagens de corpos de civis ucranianos abandonados na cidade de Bucha após a retirada de forças russas.
Do ponto de vista econômico, as sanções de maior impacto econômico para a Rússia estão ligadas à expulsão de bancos russos do Swift, um meio global de processamento de pagamentos.
Sanções
O presidente do Conselho Europeu da União Europeia, Charles Michel, prometeu novas sanções contra a Rússia no domingo (3), depois que imagens chocantes surgiram de 20 cadáveres de civis espalhados pelo chão na cidade de Bucha, a noroeste de Kiev, na Ucrânia.
As imagens foram publicadas pela AFP no sábado (2), depois que jornalistas acessaram a área após a retirada das forças russas.
O presidente da França, Emmanuel Macron — que encara no próximo domingo o primeiro turno das eleições presidenciais –, também afirmou que são necessárias mais sanções à Rússia.
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Commodities
A disparada nas commodities com o conflito no Leste Europeu favorece o mercado brasileiro, e seus efeitos têm ajudado a superar a aversão a riscos com a guerra na Ucrânia, o que beneficia o real até o momento.
O ciclo está ligado, em parte, à alta nos preços do petróleo e do minério de ferro devido à elevada demanda em meio à retomada econômica. O processo de alta de juros nos Estados Unidos também alimenta essa migração, com a saída da renda variável norte-americana.
Outro fator por trás desse movimento são as expectativas de mais medidas pró-crescimento na China que estão aumentando as esperanças de uma recuperação na demanda por metais, o que levou a altas nos preços, reforçadas com a crise na Ucrânia.
Porém, intervenções do governo chinês no mercado e um novo surto de Covid-19 no país com lockdowns ainda geram pressões de queda, em um sobe e desce na cotação, que continua em níveis elevados.
Rodolfo Landim
Rodolfo Landim, atual presidente do Flamengo, anunciou neste domingo (3) que abriu mão de assumir a presidência do conselho da Petrobras.
Em nota publicada no site do clube carioca, que perdeu o título estadual para o Fluminense no sábado (2), Landim explicou as razões para abrir mão do cargo.
“Apesar do tamanho e da importância da Petrobras para o nosso país, e da enorme honra para mim em exercer este cargo, gostaria de informá-lo que resolvi abrir mão desta indicação, concentrando todo meu tempo e dedicação para o ainda maior fortalecimento do nosso Flamengo”.
No texto em que comunica sua decisão, o presidente do Flamengo também manifestou “preocupação em não conseguir, dada a dedicação que as duas instituições demandariam nesse momento, exercer ambas as funções com a excelência desejada e à altura que a Petrobras e o Flamengo merecem”.
O atual presidente do Flamengo havia sido indicado para o cargo pelo governo federal em 28 de março, junto com a indicação do economista Adriano Pires para a presidência da estatal.
Sobe e desce da B3
Veja os principais destaques do pregão desta segunda-feira (4):
Maiores altas
- Minerva (BEEF3) +3,05%;
- Carrefour (CRFB3) +2,84%;
- Marfrig (MRFG3) +2,77%;
- Positivo (POSI3) +2,35%;
- IRB Brasil (IRBR3) +2,28%
Maiores baixas
- CCR (CCRO3) -3,09%;
- Qualicorp (QUAL3) -2,89%;
- BRF (BRFS3) -2,49%;
- Magazine Luiza (MGLU3) -2,18%;
- Grupo Soma (SOMA3) -1,90%
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*Com informações da Reuters e de Amy Cassidy e James Frater, da CNN