Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Ibovespa fecha no maior patamar em 6 meses; dólar cai a R$ 4,91

    Principal índice da B3 terminou o dia com ganhos de 0,96%, aos 117. 272,44 pontos, enquanto a moeda norte-americana desvalorizou 0,57%

    Guerra na Ucrânia também segue no radar dos investidores
    Guerra na Ucrânia também segue no radar dos investidores TERADAT SANTIVIVUT / Getty Images

    João Pedro MalarArtur Nicocelido CNN Brasil Business* em São Paulo

    O Ibovespa subiu 0,96%, aos 117.272,44 pontos, nesta terça-feira (22), no maior patamar desde 6 de setembro de 2021, quando bateu 117.869 pontos. O índice foi favorecido pela redução na aversão a riscos e após a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

    Além do cenário interno, o índice também seguiu as bolsas no exterior, com o mercado menos cauteloso enquanto aguarda novidades nas negociações entre Ucrânia e Rússia.

    Já o dólar recuou 0,57%, e terminou o dia a R$ 4,915 – menor cotação desde 24 de junho de 2021, quando encerrou a R$ 4,914, em meio a um reforço do fluxo de investimentos estrangeiros favorável ao real, que começou em 2022.

    A moeda ainda está apoiada nos juros altos do país, ativos descontados na bolsa de valores e o peso das commodities – com seus preços elevados – para a economia brasileira.

    Na segunda-feira (21), o dólar caiu 1,47%, cotado a R$ 4,943. Já o Ibovespa registrou alta de 0,73%, aos 116.154,53 pontos.

    Juros no Brasil

    O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reforçou nesta terça-feira (22) que considera adequado fazer um novo ajuste de 1 ponto percentual na Selic, taxa básica de juros da economia, em maio, apesar das incertezas geradas pela guerra na Ucrânia. No entanto, deixa a porta aberta para ser mais agressivo.

    “Um novo ajuste de 1 ponto percentual, seguido de ajuste adicional de mesma magnitude, é a estratégia mais adequada para atingir aperto monetário suficiente e garantir a convergência da inflação ao longo do horizonte relevante, assim como a ancoragem das expectativas de prazos mais longos”, disse a autoridade monetária.

    A ata divulgada nesta manhã mostra um BC mais dovish, no jargão do mercado para se referir a uma postura mais branda, na opinião do estrategista da RB Investimentos Gustavo Cruz. “Entendo que a ata do Copom foi mais dovish do que o comunicado, dá mais sinais que pretendem encerrar (o ciclo de alta com a taxa) em 12,75% ao ano, embora deixe a porta aberta para ir além”, diz.

    Por outro lado, o economista-chefe da Necton, André Perfeito, viu um tom mais agressivo na ata do BC, ou hawquish, no jargão do mercado. “Me pareceu que ele não terá pudor em subir mais a taxa caso precise”, diz.

    Sobre esse último, o BC ressalta que a alta “não arrefeceu e deve persistir no curto prazo, enquanto a inflação de serviços acelerou ainda mais”.

    Petróleo

    Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia no dia 24 de fevereiro, os mercados de petróleo mostram a maior volatilidade em dois anos, com os preços da commodity chegando a bater níveis vistos pela última vez em 2008.

    Nesta terça-feira, o petróleo brent fechou a US$ 115,48 o barril, com queda de 0,12%, enquanto o WTI terminou o dia a US$ 111,76, com desvalorização de 0,32%.

    O movimento dos últimos dias também foi de recuo, com temores de dificuldades da Rússia, um dos maiores exportadores do mundo, para atender a demanda por petróleo e as discussões sobre um possível embargo da União Europeia à compra de petróleo russo.

    Se comparado com anos anteriores, o petróleo segue em valores elevados, devido ao descompasso entre oferta e demanda da commodity, com os principais produtores, reunidos na Opep+, ainda não retomando os níveis de produção pré-pandemia. O quadro foi intensificado com as tensões na Europa.

    Outra consequência da alta do petróleo é a elevação do preço dos combustíveis. No Brasil, isso acelerou a aprovação de projetos de lei que buscam conter a alta nos preços dos combustíveis.

    Commodities

    A disparada nas commodities favorece o mercado brasileiro, em um jogo de pressões positivas e negativas que ainda beneficia o real até o momento.

    O ciclo está ligado, em parte, à alta nos preços do petróleo e do minério de ferro devido à elevada demanda em meio à retomada econômica. A perspectiva de alta de juros nos Estados Unidos também alimentou essa migração, com a saída da renda variável norte-americana.

    Outro fator por trás desse movimento são as expectativas de mais medidas pró-crescimento na China que estão aumentando as esperanças de uma recuperação na demanda por metais, o que levou a altas nos preços, reforçadas com a crise na Ucrânia.

    Porém, intervenções do governo chinês no mercado e um novo surto de Covid-19 no país com lockdowns ainda geram pressões de queda, em um sobe e desce na cotação, que continua em níveis elevados.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques da B3 desta terça-feira:

    Maiores altas

    • Americanas (AMER3) +6,67%;
    • Eneva (ENEV3) +6,65%;
    • Banco Inter (BIDI11) +6,18%;
    • Meliuz (CASH3) +6,05%;
    • Grupo Soma (SOMA3) +5,62%

    Maiores baixas

    • Vale (VALE3) -2,24%;
    • Bradespar (BRAP4) -1,81%;
    • JBS (JBSS3) -1,81%;
    • Gerdau (GGBR4) -1,68%;
    • Marfrig (MRFG3) -1,50%

    *Com informações da Reuters e de Ligia Tuon, do CNN Brasil Business