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    Ibovespa fecha em queda de 0,16%; dólar sobe a R$ 5,18 com falas de Powell no radar

    Principal índice da B3 encerrou aos 99.522,32 pontos; moeda norte-americana valorizou 0,50%

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business*

    em São Paulo

    O Ibovespa fechou em queda de 0,16%, aos 99.522,32 pontos, nesta quarta-feira (22), em uma sessão marcada pela volatilidade. O índice foi prejudicado pela queda em bloco de ações ligadas a commodities, que refletem os fortes recuos do minério de ferro, que fechou em baixa na China. Esse foi o menor patamar desde 3 de novembro de 2020 (95.980 pontos).

    Já o dólar teve alta de 0,50%, a R$ 5,179, com o cenário doméstico no Brasil e temores sobre uma recessão global prejudicando o real apesar de uma leve recuperação de moedas de outros países em meio à participação do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em uma audiência no Congresso dos Estados Unidos.

    O Banco Central fez nesta sessão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de agosto de 2022. A operação do BC ajuda a dar liquidez na moeda, mas especialistas consultados pelo CNN Brasil Business apontam que o órgão poderia atuar mais para conter a volatilidade do câmbio.

    Na terça-feira (21), o dólar teve queda de 0,67%, a R$ 5,153. Já o Ibovespa recuou 0,17%, aos 99.684,50 pontos, no patamar mais baixo desde 4 de novembro de 2020.

    Fed

    O presidente do Fed não deu mais pistas sobre os próximos passos do ciclo de alta de juros no país, inclusive o quão agressiva a autarquia pretende ser, com a incerteza abrindo espaço para uma redução na aversão a riscos dos investidores e prejudicando o dólar.

    Na última reunião, o Fed elevou os juros em 0,75 ponto percentual, a maior elevação desde 1994, e deixou a porta aberta para um novo aumento nessa magnitude.

    O movimento busca combater a maior inflação no país em 40 anos, mas os investidores esperam um ciclo agressivo de alta, o que reforça temores de uma recessão nos Estados Unidos e uma forte desaceleração econômica global, aumentando a aversão a riscos e a busca por ativos seguros, caso da moeda norte-americana.

    Já o real tem sido prejudicado pelo risco fiscal no Brasil, com aumento de gastos e possível desrespeito ao teto de gastos, além de temores de uma intervenção na política de preços da estatal após um novo reajuste nos combustíveis, o que seria mal visto pelo mercado.

    Minério de ferro

    Os contratos futuros de minério de ferro de Dalian caíram nesta quarta-feira (22) para seu menor nível em 16 semanas, enquanto um movimento de vendas (sell-off) foi retomado em Cingapura, devido ao aumento das preocupações com excesso de oferta de aço na China.

    O contrato de minério de ferro para setembro na bolsa de commodities de Dalian da China encerrou as negociações diurnas em queda de 6%, a 709,50 iuanes (US$ 105,57) a tonelada, estendendo as perdas para a nona sessão consecutiva. No início do dia, o contrato caiu para 698,50 iuanes, o menor nível desde 1º de março.

    O contrato para julho na Bolsa de Cingapura recuou 5,6%, a US$ 108,45 a tonelada, após a sessão anterior ter mostrado uma recuperação de um sell-off de oito sessões.

    No mercado spot, o material de referência com teor de 62% de ferro com destino à China foi negociado a US$ 112,50 a tonelada, 5 dólares abaixo do registrado na terça-feira, com base nos dados da consultoria SteelHome.

    “Os mercados estão particularmente preocupados que as expectativas de crescimento da demanda ligadas à promessa da China de aumentar o investimento em infraestrutura possam não se materializar, especialmente com a política de zero Covid do país ainda em vigor”, disse o analista do Commonwealth Bank of Australia, Vivek Dhar.

    Sentimento global

    Os investidores ainda mantém uma forte aversão global a riscos desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, o que prejudicaria diversos tipos de investimentos.

    A principal causa para essa aversão é o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, com a elevação mais recente anunciada pelo Federal Reserve em 15 de junho. O órgão elevou os juros em 0,75 ponto percentual, na maior alta desde 1994, e deixou uma porta aberta para um aumento na mesma magnitude em julho.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados de títulos e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Ao mesmo tempo, o Banco Central Europeu (BCE) sinalizou altas de juros a partir de julho, enquanto a China enfrenta um novo aumento de casos de Covid-19 com temores de novas restrições e o risco fiscal no Brasil voltou a ganhar força.

    Com isso, a combinação de um cenário doméstico debilitado, com o retorno de riscos fiscais e temores sobre interferências na Petrobras, e a perspectiva no exterior de fortes apertos monetários voltaram a prejudicar o mercado brasileiro.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta quarta-feira:

    Maiores altas

    • Méliuz (CASH3) +7,69%;
    • BTG Pactual (BPAC11) +5,55%;
    • BRF (BRFS3) +4,81%;
    • Grupo Natura (NTCO3) +3,76%;
    • Minerva (BEEF3) +3,77%

    Maiores baixas

    • IRB Brasil (IRBR3) -10,95%;
    • 3R Petroleum (RRRP3) -6,68%;
    • SLC Agrícola (SLCE3) -6,45%;
    • PetroRio (PRIO3) -6,42%;
    • CSN (CSNA3) -4,60%

    *Com informações da Reuters