Bolsa cai e fecha abaixo dos 97 mil pontos por medo de 2ª onda da Covid-19
Denúncias contra grandes bancos como JPMorgan e HSBC, além da postura dos bancos centrais em todo o mundo afetam sentimento dos investidores
O aumento no número dos casos de Covid-19, que trazem temores sobre um novo lockdown na Europa, afetou o apetite por risco no início desta semana. Além disso, o escândalo envolvendo grandes bancos, como HSBC e JP Morgan, e a falta de estímulo das autoridades dos Estados Unidos pesaram sobre os investidores.
O dólar fechou na máxima em três semanas contra o real nesta segunda-feira. O dólar à vista subiu 0,43%, a R$ 5,40 na venda. É o maior patamar desde 31 de agosto (R$ 5,4807).
O resultado poderia ser pior. A moeda norte-americana terminou a sessão longe da máxima do dia –quando saltou 2,26%, para R$ 5,4984.
O Ibovespa, por sua vez, caiu 1,32% para 96.990,72 pontos. Pela manhã, a queda era ainda maior, de 2,3%, para 95.972 pontos.
A cena corporativa inclui anúncio da CSN de que aprovou realização de IPO da sua unidade de mineração e a estreia dos papéis da Cury na bolsa.
No mercado nacional, segue o desconforto com a cena fiscal no país. As principais inseguranças, nesse sentido, são sobre a capacidade do Tesouro Nacional de refinanciar a dívida pública e o comportamento dos preços.
Agora, investidores externos esperam dados preliminares de PMI, a serem divulgados na próxima quarta-feira (23), em busca das primeiras indicações sobre o desempenho das economias em setembro.
Bolsas internacionais
Os principais índices de Wall Street atingiram seu menor nível em quase sete semanas nesta segunda-feira, já que preocupações sobre possíveis novos lockdowns causados pelo coronavírus e a incapacidade do Congresso norte-americano de chegar a um acordo sobre mais estímulos fiscais aumentavam temores de outro golpe para a economia dos Estados Unidos.
O índice Dow Jones caiu 1,84%, enquanto o S&P 500 perdeu 1,15%,. O índice de tecnologia Nasdaq ganhou força ao longo do pregão e avançou 0,4%, depois de apresentar queda de 2,32%.
Todos os principais subíndices do S&P registravam queda, com o setor de energia liderando as perdas diante da baixa dos preços do petróleo, reflexo da possível retomada de produção da Líbia e do salto nos casos de coronavírus.
Os principais índices de Wall Street vêm sofrendo fortes quedas nas últimas três semanas, à medida que investidores se desfazem de ações relacionadas a tecnologia depois de uma impressionante recuperação que devolveu o S&P 500 e o Nasdaq a máximas recordes.
Outra rodada de restrições às empresas ameaçará uma recuperação nascente na economia como um todo e aumentará a pressão sobre o mercado de ações, disseram analistas. A primeira rodada de lockdowns em março levou o S&P 500 a sofrer sua pior queda mensal desde a crise financeira global.
Thomas Mantione, diretor administrativo da UBS Private Wealth Management, disse que a morte de Ruth Bader Ginsburg, juíza da Suprema Corte dos EUA, também diminui as chances de outro pacote de estímulo fiscal para ajudar a tirar a economia doméstica de uma recessão profunda.
As ações europeias registraram sua pior queda em três meses nesta segunda-feira devido.
Pode haver até 50 mil novos casos de coronavírus por dia no Reino Unido até meados de outubro se a pandemia continuar no ritmo atual, alertou o principal assessor científico do país. No domingo, o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, disse que um segundo lockdown nacional seria possível.
O FTSE 100, de Londres, foi o índice mais afetado na Europa, caindo 3,4% em seu pior dia em mais de três meses.
Após o banco central de China também deixar inalterada sua taxa de empréstimo, os índices acionários do país fecharam o dia em baixa. O CSI 300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 0,96%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 0,63%.
(Com Reuters)
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