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    Ibovespa sobe 2,33% descolada do exterior; dólar recua 1,79% e vai a R$ 5,16

    Na quarta-feira (21), o encontro do Federal Reserve deve dar novos sinais sobre os próximos passos do ciclo de alta de juros nos EUA

    CNN Brasil Business , em São Paulo

    O Ibovespa subiu 2,33% e fechou aos 111.823,89 pontos nesta segunda-feira (19), descolado do exterior e apoiado nas altas de ações ligadas a commodities, de bancos e do setor de educação, enquanto agentes financeiros se preparam para uma série de reuniões de política monetária no mundo nesta semana, incluindo decisões nos Estados Unidos e Brasil.

    Já o dólar registrou queda de 1,79%, cotado a R$ 5,166, com o real sendo beneficiado pela entrada de capital estrangeiro no Brasil, apesar da cautela no mercado antes das reuniões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil, que terminarão na quarta-feira (21).

    O encontro do Federal Reserve deve dar novos sinais sobre os próximos passos do ciclo de alta de juros no país. O mercado passou a projetar uma postura mais agressiva após um dado de inflação de agosto que veio acima do esperado.

    Uma alta de 0,75 ponto percentual nos juros em setembro ainda é a opinião majoritária do mercado, mas o dado abriu margem para apostas em uma elevação ainda maior, de 1 p.p. Além disso, levou a apostas de um ciclo mais duro, com altas maiores em novembro e dezembro. Com isso, o cenário ficou mais positivo para a moeda norte-americana.

    O Brasil também definirá sua taxa de juros, com reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A expectativa do mercado é que a Selic seja mantida em 13,75%, com fim do ciclo de alta, mesmo após falas de dirigentes da autarquia abrirem margem para apostas em uma última elevação de 0,25 p.p.

    O Banco Central realizará neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 3 de outubro de 2022.

    Na sexta-feira (16), o dólar avançou 0,41%, a R$ 5,26, com alta semanal de 2,16%. Já o Ibovespa recuou 0,61%, aos 109.280,37 pontos, perdendo 2,77% na semana.

    Sentimento global

    A aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, tem variado de intensidade dependendo das expectativas sobre o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos.

    O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em julho com uma nova alta de 0,75 ponto percentual.

    Entretanto, o Federal Reserve sinalizou que poderia realizar altas menores conforme a economia do país já dá sinais de desaceleração, buscando evitar uma recessão.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança, e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Os investidores monitoram ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes.

    A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, enquanto enfrenta dificuldades para reverter um quadro de baixo consumo pela população, o que impacta a demanda do país por commodities.

    Mesmo assim, o Ibovespa e o real encontraram recentemente espaço para recuperação com uma melhora de humor do mercado, apoiada nas perspectivas positivas para as commodities, um cenário econômico doméstico mais forte e uma redução da percepção de riscos em relação às eleições. Esse quadro, entretanto, é limitado dependendo do grau de aversão a riscos no exterior.

    *Com informações da Reuters

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