Dólar sobe a R$ 5,42 após ata do Fed indicar retirada de estímulos; Bolsa avança
Internamente, além da reforma tributária, a percepção de risco é motivada por questões como os precatórios, a crise hídrica e a agenda política de Bolsonaro
O dólar fechou em alta ante o real nesta quinta-feira (19) enquanto os investidores repercutem sinalização do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) de que deve começar a retirar estímulos monetários ainda em 2021.
Com isto, a divisa norte-americana avançou 0,88%, a R$ 5,4231. É a maior cotação do dólar desde 4 de maio.
Na B3, o Ibovespa acompanhou recuperação de Wall Street e fechou em alta de 0,45%, aos 117.164 pontos.
A recuperação da Bolsa aconteceu apesar da pressão de ações ligadas ao minério de ferro, que caiu 4,6% nesta quinta. CSN (CSNA3) caiu 5,78%, Vale (VALE3) recuou 5,71%, Usiminas (USIM5) 5,69% e Gerdau (GGBR4) teve queda de 3,5%.
Internamente, além da reforma tributária, a percepção de risco que atrapalha o real é motivada também por questões como os precatórios, a crise hídrica e a agenda política do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que inclui questionar o sistema eleitoral e atacar o poder Judiciário.
Lá fora, o mau humor é em parte explicado pelo Fed. Nesta quarta-feira (18), o BC americano revelou em ata de política monetária que discutiu em julho a possibilidade de iniciar o chamado “tapering”, como é conhecido o processo de gradual diminuição de compras de ativos, ainda em 2021.
Além disso, a rápida disseminação da delta e outras variantes do coronavírus também prejudica o apetite por risco. Na ata, o Fed ressaltou que esse fator reforça as incertezas sobre o cenário econômico global.
*Com Reuters e Estadão Conteúdo