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    Ibovespa fecha em alta de 1,77% com commodities; dólar cai e volta para os R$ 5

    Principal índice da B3 terminou o dia aos 113.076,33 pontos, enquanto a moeda norte-americana encerrou cotada a R$ 5,037

    Negociações entre Ucrânia e Rússia seguem no radar dos investidores
    Negociações entre Ucrânia e Rússia seguem no radar dos investidores AlphaTradeZone/Pexels

    João Pedro MalarArtur Nicocelido CNN Brasil Business* em São Paulo

    O Ibovespa subiu 1,77%, aos 113.076,33 pontos, nesta quinta-feira (17), beneficiado pelas ações ligadas a commodities, em especial o petróleo, cujos preços avançaram após dias de quedas.

    Nesta tarde, o petróleo brent, negociado em Londres e considerando referência internacional, fechou a US$ 106,64 o barril, com alta de 8,79%, enquanto o WTI (negociado nos Estados Unidos) encerrou a US$ 102,98, com valorização de 8,35%.

    Já o dólar encerrou em queda de 1,07%, cotado a R$ 5,037, enquanto os investidores acompanham as negociações entre Ucrânia e Rússia, reduzindo a aversão a riscos, e digerem as decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos.

    A decisão dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos sobre as taxas de juros vieram dentro do esperado nesta quarta-feira (16). Os juros brasileiros mantiveram o ciclo de alta e foram a 11,75% ao ano, enquanto os norte-americanos iniciariam o primeiro ciclo de elevação desde 2018, ficando entre 0,25% e 0,50% ao ano.

    No entanto, o comunicado do Federal Reserve, e a coletiva de imprensa do presidente da autarquia, Jerome Powell, após a decisão, foi visto como mais duro que o esperado pelo mercado. Na coletiva, Powell sinalizou que o Fed pode intensificar o ritmo previsto de alta dependendo da situação inflacionária dos Estados Unidos.

    Já no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) também seguiu o esperado pelo mercado. A grande novidade veio no comunicado pós-reunião, em que o comitê indiciou que deve realizar uma nova alta de 1 ponto percentual na reunião de maio.

    A indicação ocorre enquanto investidores e economistas elevam suas projeções para a taxa Selic ao fim de 2022 devido às novas pressões inflacionárias com a guerra na Ucrânia. A expectativa agora é que os juros terminem o ano em 13%, mantendo um forte diferencial entre os juros brasileiros e norte-americanos, o que favorece o real.

    Na quarta-feira (17), o dólar teve queda de 1,29%, cotado a R$ 5,091. Já o Ibovespa fechou em alta de 1,98%, aos 111.112,43 pontos.

    Commodities

    A situação na Ucrânia pode favorecer o real, que inaugurou um ciclo de migração de investimentos em 2022 para mercados ligados a commodities e vistos como baratos, como o Brasil —também ajudado pelo juros altos no país, ao estimular a busca pelo dólar.

    Por outro lado, a própria disparada nas commodities pode favorecer o mercado brasileiro, em um jogo de pressões positivas e negativas que ainda favorece o real até o momento.

    O ciclo está ligado, em parte, à alta nos preços do petróleo e do minério de ferro devido à elevada demanda em meio à retomada econômica. A perspectiva de alta de juros nos Estados Unidos também alimentou essa migração, com a saída da renda variável norte-americana.

    Outro fator por trás desse movimento são as expectativas de mais medidas pró-crescimento na China que estão aumentando as esperanças de uma recuperação na demanda por metais, o que levou a altas nos preços, reforçadas com a crise na Ucrânia.

    Porém, intervenções do governo chinês no mercado e um novo surto de covid-19 no país com lockdowns têm gerado pressões de queda, em um sobe e desce na cotação.

    Petróleo

    Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia no dia 24 de fevereiro, os mercados de petróleo mostram a maior volatilidade em dois anos, com os preços da commodity chegando a bater níveis vistos pela última vez em 2008.

    O movimento dos últimos dias, porém, foi de recuo, com o tipo Brent voltando a operar rondando os US$ 100. A queda é reflexo do comprometimento russo e de outros países exportadores de cumprir obrigações contratuais. Alguns investidores dizem que as preocupações com a interrupção do fornecimento foram exageradas.

    Uma sinalização favorável da Rússia a um acordo nuclear envolvendo o Irã também ajudou a levar a reduzir os preços. Ao mesmo tempo, o recuo gere certo alívio nas pressões inflacionárias e de custos.

    Se comparado com anos anteriores, o petróleo segue em valores elevados, devido ao descompasso entre oferta e demanda da commodity, com os principais produtores, reunidos na Opep+, ainda não retomando os níveis de produção pré-pandemia. O quadro foi intensificado com as tensões na Europa.

    Outra consequência da alta do petróleo é a elevação do preço dos combustíveis. No Brasil, isso acelerou a aprovação de projetos de lei que buscam conter a alta nos preços dos combustíveis.

    *Com informações da Reuters