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    Ibovespa fecha em queda, aos 108 mil pontos, menor patamar em 2 meses; dólar sobe

    Principal índice da B3 terminou o dia com recuo de 0,88%, enquanto a moeda norte-americana subiu 0,75%, cotada a R$ 5,16

    Mercado espera decisões de juros no Brasil e nos EUA na quarta-feira (16)
    Mercado espera decisões de juros no Brasil e nos EUA na quarta-feira (16) AlphaTradeZone/Pexels

    João Pedro MalarArtur Nicocelido CNN Brasil Business* em São Paulo

    O Ibovespa encerrou em queda de 0,88%, aos 108.959,30 pontos, nesta terça-feira (15), diante do recuo das ações atreladas a commodities, em especial da Vale e da Petrobras. Esse foi o menor patamar em dois meses, quando bateu 107 mil pontos, em 24 de janeiro de 2022.

    As principais desvalorizações do dia foram de ações ligadas ao minério de ferro, que caiu na China devido a temores de interrupções na atividade econômica com o recrudescimento de casos, e ao petróleo.

    O movimento também reflete uma aversão maior a riscos devido à alta de casos de Covid-19 na China, com novos lockdowns, e enquanto o mercado aguarda novidades sobre as negociações entre Rússia e Ucrânia.

    Já o dólar encerrou em alta de 0,75%, pelo quarto pregão seguido, cotado a R$ 5,158, após ser favorecido pela cautela nos mercados por conta da guerra no território ucraniano e da possibilidade de alta nas taxas de juros. Esse foi o maior valor em cerca de um mês.

    Na segunda-feira (14), o dólar teve alta de 1,31%, a R$ 5,12. Já o Ibovespa caiu 1,60%, aos 109.927,62 pontos.

    Petróleo

    Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia no dia 24 de fevereiro, os mercados de petróleo mostram a maior volatilidade em dois anos, com os preços da commodity chegando a bater níveis vistos pela última vez em 2008.

    O movimento dos últimos dias, porém, é de recuo, com o tipo Brent voltando a operar abaixo dos US$ 100. A queda é reflexo do comprometimento russo e de outros países exportadores de cumprir obrigações contratuais. Alguns investidores dizem que as preocupações com a interrupção do fornecimento foram exageradas.

    O petróleo Brent fechou a US$ 99,91, com queda de 6,54%, nesta terça-feira (15). E o WTI encerrou a US$ 96,44, com desvalorização de 6,38%.

    Uma sinalização favorável da Rússia a um acordo nuclear envolvendo o Irã ajudou a levar os preços do Brent abaixo dos US$ 100 dólares. Ainda que, ao mesmo tempo, o recuo gere certo alívio nas pressões inflacionárias e de custos.

    De todo modo, se comparado com anos anteriores, o petróleo ainda segue em valores elevados, devido ao descompasso entre oferta e demanda da commodity, com os principais produtores, reunidos na Opep+, ainda não retomando os níveis de produção pré-pandemia. O quadro foi intensificado com as tensões na Europa.

    Outra consequência da alta do petróleo é a elevação do preço dos combustíveis. No Brasil, isso acelerou a aprovação de projetos de lei que buscam conter a alta nos preços dos combustíveis também seguem no radar do mercado.

    Taxa de juros

    O foco dos investidores nesta semana é a política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, já que os bancos centrais dos dois países fazem suas reuniões para decidir as taxas de juros. A decisão de ambos será divulgada na quarta-feira (16).

    Nos EUA, a expectativa é que o Federal Reserve inicie um ciclo de alta de juros com uma primeira elevação de 0,25 ponto percentual. E no mercado doméstico, a espera é de uma possível alta de 1 ponto percentual na taxa Selic pelo BC brasileiro, conforme espera o mercado

    Vale ressaltar que qualquer alta torna os títulos do Tesouro americano mais atrativos, gerando fluxos de investimentos e consequente saída de dólares de outros mercados, sobretudo os considerados mais arriscados, como é o caso do Brasil.

    Entretanto, uma valorização do BC brasileiro pode limitar essas perdas pela grande diferença entre os juros dos dois países, e até manter um ciclo de entrada de capital favorável ao real.

    Guerra na Ucrânia

    Acompanhe a cobertura ao vivo da CNN sobre o conflito.

    Do ponto de vista econômico, o principal acontecimento envolvendo o conflito é a série de sanções anunciadas pelos Estados Unidos e seus aliados ocidentais.

    Os norte-americanos aplicaram novas medidas nesta terça-feira ao presidente belarusso Alexander Lukashenko, que se aliou à Rússia em sua guerra na Ucrânia. Vários outros russos, incluindo um juiz, também foram alvo de sanções por abusos de direitos humanos, segundo o Departamento do Tesouro dos EUA.

    As sanções foram aplicadas a Lukashenko, bem como à sua esposa, Galina. Eles bloquearam suas propriedades e interesses nos Estados Unidos e proibiram os americanos de se envolverem em transações com eles.

    Ao mesmo tempo, o presidente dos EUA, Joe Biden, confirmou em entrevista coletiva nesta terça-feira (15) a aprovação do projeto de financiamento que destina 13,6 bilhões de dólares à Ucrânia e aliados na guerra.

    A expulsão de bancos russos do Swift, um sistema global de pagamentos, e o congelamento de reservas do banco central da Rússia também foram outras sanções tomadas nas últimas semanas.

    Ainda nesta terça-feira, de acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores russo divulgado nesta terça-feira (15), a Rússia decidiu se retirar do Conselho da Europa, órgão de defesa dos direitos humanos com sede em Estrasburgo, na França.

    O VIX, chamado de “índice do medo” por tentar medir o grau de volatilidade do mercado, caiu e rondou os 30 pontos.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta terça-feira:

    Maiores altas

    • Azul (AZUL4) +6,91%;
    • Petz (PETZ3) +5,87%;
    • Cielo (CIEL3) +5,33%;
    • Grupo Natura (NTCO3) +5,16%;
    • Minerva (BEEF3) +3,76%

    Maiores baixas

    • Magazine Luiza (MGLU3) -8,63%;
    • CSN (CMIN3) -5,30%;
    • Gerdau (GGBR4) -4,54%;
    • Usiminas (USIM5) -429%;
    • CSN (CSNA3) -4,19%

    *Com informações da Reuters