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    Ibovespa fecha em alta de 0,45% com petróleo e exterior; dólar volta a R$ 5,40

    Principal índice da B3 encerrou pregão aos 96.551 pontos; moeda norte-americana desvalorizou 0,49%

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business* em São Paulo

    O Ibovespa encerrou em alta de 0,45%, aos 96.551 pontos, nesta sexta-feira (15), em uma sessão marcada pela volatilidade. Apesar de terminar no azul, o índice segue em níveis semelhantes aos dos primeiros dias de novembro de 2020.

    O índice foi beneficiado pelo desempenho positivo das bolsas nos Estados Unidos e pela alta nas ações ligadas ao petróleo, que se recuperam após a commodity superar os US$ 100 novamente. A sessão também foi marcada pelo vencimento de contratos de opções sobre ações na B3.

    Já o dólar terminou em queda de 0,49%, a R$ 5,405, em um dia de ajustes e realização de lucros após fortes altas, com a moeda norte-americana caindo em relação a uma cesta de pares ao redor do mundo.

    E, apesar da pausa na tendência de valorização, o dólar ainda tende a ser beneficiado por uma aversão global a riscos alimentada por temores de uma recessão global.

    Na quinta-feira (14), o dólar fechou em alta de 0,53%, a R$ 5,432. Já o Ibovespa caiu 1,8%, aos 96.120,85 pontos.

    Petróleo

    O petróleo fechou em alta de nesta sexta-feira de cerca de 2% tanto no mercado futuro de Nova York quanto o de Londres. Um dólar fraco ante moedas rivais e a perspectiva de produção global ainda apertada impulsionaram os preços.

    A commodity, no entanto, não conseguiu evitar o forte recuo semanal de 5% a 6%, puxado por temores de recessão econômica em meio ao aperto monetário do Federal Reserve (Fed).

    Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI com entrega prevista para agosto subiu 1,89% (US$ 1,81) hoje, mas recuou 6,87% na semana, a US$ 97,59 por barril. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o barril do Brent para setembro teve alta de 2,08% (US$ 2,06) nesta sexta-feira, mas acumulou baixa semanal de 5,48%, a US$ 101,16.

    Nesta tarde, os contratos se beneficiaram do movimento no mercado cambial, que viu o dólar perder força ante moedas de economias desenvolvidas, após seguidas altas em sessões recentes.

    Ao mesmo tempo, a notícia de que a Arábia Saudita não deve elevar sua produção reforçou a perspectiva de que a oferta global da commodity siga apertada no curto prazo.

    Segundo a companhia Oanda, dados melhores que o esperado dos EUA, como as vendas no varejo de junho e o sentimento do consumidor de julho, também deram fôlego ao óleo, uma vez que relembraram investidores do “quão forte está a economia americana”, apesar das especulações sobre uma possível recessão.

    Na semana

    No radar dos investidores nesta semana estava a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos, acima do esperado, reforçou apostas em uma alta de 0,75 ponto percentual pelo banco central do país.

    O mercado chegou a precificar uma possível elevação de 1 p.p., mas recua da posição após sinalizações de dirigentes do Federal Reserve por uma alta na mesma magnitude da reunião de junho. Com um movimento mais agressivo pelo Fed, crescem apostas por uma recessão na maior economia do mundo, o que fortalece a aversão global a riscos.

    Além disso, os dados sobre a economia da China no segundo trimestre surpreenderam negativamente, prejudicados pelos lockdowns implementados em centros econômicos do país. O PIB desacelerou e cresceu 0,4%, abaixo do esperado, reforçando temores de uma desaceleração econômica global.

    Dessa forma, o dólar teve valorização de 2,60% – a maior alta percentual semanal em um mês. O real, por sua vez, teve o pior desempenho entre os pares emergentes no acumulado dos últimos cinco dias.

    Sentimento global

    Os investidores ainda mantêm uma forte aversão global a riscos desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, o que prejudicaria diversos tipos de investimentos.

    A principal causa para essa aversão é o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, com a elevação mais recente anunciada pelo Federal Reserve em 4 de maio. A alta foi de 0,75 ponto percentual, maior desde 1994, e novas elevações na mesma magnitude não foram descartas.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados de títulos e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Entretanto, o combate do país à maior inflação em 41 anos gera crescentes temores de uma recessão na maior economia do mundo devido à necessidade de um aperto monetário agressivo. O risco leva a uma aversão a riscos, favorecendo o dólar e prejudicando ativos considerados arriscados, caso do mercado brasileiro.

    Por outro lado, novas restrições em cidades da China foram anunciadas no início de julho, revertendo um cenário de otimismo sobre uma retomada da economia do país após meses de lockdown em Xangai e Pequim. O quadro reforça temores de uma desaceleração econômica chinesa e consequente queda na demanda por commodities.

    No cenário doméstico, a PEC dos Benefícios, que cria ou expande benefícios sociais com custo estimado em R$ 41 bilhões, foi mal recebida pelo mercado, já que reforça o risco fiscal ao trazer novos gastos acima do teto.

    Com a combinação de ambientes interno e externo adversos, a retirada de investimentos prejudica o Ibovespa e favorece o dólar em relação ao real.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta sexta-feira:

    Maiores altas

    • Gerdau (GGBR4) +5,94%;
    • Braskem (BRKM5) +5,33%;
    • Gerdau (GOAU4) +4,92%;
    • BB Seguridade (BBSE3) +4,21%;
    • Usiminas (USIM5) +4,10%

    Maiores baixas

    • Hapvida (HAPV3) -5,22%;
    • CVC (CVCB3) -4,55%;
    • Magazine Luiza (MGLU3) -4,47%;
    • BRF (BRFS3) -4,43%;
    • Eztec (EZTC3) -4,20%

    *Com informações da Reuters e da Agência Estado