Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Ibovespa fecha em alta de 0,24% com varejo; dólar vai a R$ 5,09 após dados da China

    Principal índice da B3 renovou as máximas em quase quatro meses e encerrou aos 113 mil pontos; moeda norte-americana valorizou 0,36%

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business*Reuters , em São Paulo

    O dólar fechou em alta de 0,36%, cotado a R$ 5,092, nesta segunda-feira (15), influenciado pelo rali da moeda no exterior após dados fracos da China, mas a cotação deixou as máximas da sessão, com fluxo estrangeiro para a renda fixa amenizando a pressão compradora. No pior momento do dia no mercado à vista, o dólar chegou a bater R$ 5,14, em alta de 1,33%.

    O real, por sua vez, perdeu valor junto com boa parte de seus pares emergentes e os mais correlacionados aos preços das matérias-primas, depois que dados sombrios da voraz consumidora de commodities vendidas por emergentes como o Brasil intensificaram temores sobre uma desaceleração econômica.

    Já o Ibovespa terminou com ganhos de 0,24%, aos 113.031,98 pontos, renovando as máximas em quase quatro meses.

    O índice foi puxado para cima pela alta de ações do varejo, beneficiadas por uma perspectiva mais positiva sobre a economia, mas prejudicado por ações ligadas a commodities, que recuam seguindo a redução nas projeções de demanda após os dados chineses.

    O Banco Central realizou neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de setembro de 2022. A operação do BC ajuda a dar liquidez na moeda, mas especialistas consultados pelo CNN Brasil Business apontam que o órgão poderia atuar mais para conter a volatilidade do câmbio.

    Na sexta-feira (12), o dólar teve queda de 1,66%, a R$ 5,074, acumulando recuo semanal de 1,83%. Já o Ibovespa subiu 2,78% aos 112.764,26 pontos, valorizando 5,91% na semanal.

    China

    Dados de vendas no varejo e produção industrial da China tiveram desaceleração em julho na comparação com o mês anterior e ficaram abaixo do esperado pelo mercado, enquanto o investimento imobiliário teve um novo recuo.

    As vendas cresceram 2,7% em julho em relação ao ano anterior, desacelerando em relação ao crescimento de 3,1% de junho, informou o Escritório Nacional de Estatísticas (National Bureau of Statistics) do país. Esse número ficou aquém do aumento de 5% previsto por economistas em uma pesquisa da Reuters.

    A produção industrial, por sua vez, cresceu 3,8% em julho em relação ao ano anterior, abaixo do crescimento de 3,9% em junho. Também perdeu a expectativa do mercado de um aumento de 4,6%.

    Em resposta aos sinais de desaceleração econômica, o banco central chinês cortou as taxas de juros do país em um esforço para estimular a economia.

    O Banco Popular da China reduziu a principal taxa pela qual fornece liquidez de curto prazo aos bancos, de 2,1% para 2%. O banco central também cortou a taxa de sua linha de crédito de um ano de 2,85% para 2,75% para “manter liquidez razoável e suficiente no sistema bancário”, disse em comunicado.

    Com isso, investidores procuraram ativos seguros, e mercados ligados a commodities, como o brasileiro, tendem a ser mais prejudicados pela perspectiva de demanda menor.

    Sentimento global

    A forte aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, aliviou nos últimos dias, refletindo a expectativa de um ciclo de alta de juros menos agressivo nos Estados Unidos.

    O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em julho com uma nova alta de 0,75 ponto percentual. Entretanto, o Federal Reserve sinalizou que pode realizar altas menores conforme a economia do país já dá sinais de desaceleração, buscando evitar uma recessão.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Os investidores monitora ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes. A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, o que deve ajudar a manter uma demanda alta por commodities.

    No cenário doméstico, a PEC dos Benefícios, que cria ou expande benefícios sociais com custo estimado em R$ 41 bilhões, foi mal recebida pelo mercado, já que reforça o risco fiscal ao trazer novos gastos acima do teto.

    O Ibovespa e o real foram prejudicados pelo cenário, mas um aparente otimismo maior no mercado vem permitindo uma recuperação.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta segunda-feira:

    Maiores altas

    • Americanas (AME3) +18,29%;
    • Via (VIIA3) -14,47%;
    • Meliuz (CASH3) +14,18%;
    • Magazine Luiza (MGLU3) +12,85%;
    • CVC (CVCB3) +9,51%

    Maiores baixas

    • IRB Brasil (IRBR3) -9,96%;
    • Braskem (BRKM5) -4,86%;
    • CSN (CSNA3) -4,55%;
    • SLC Agrícola (SLCE3) -3,57%;
    • 3R Petroleum (RRRP3) -3,51%

    Tópicos