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    Ibovespa fecha em alta de 1,17% com alívio no exterior; dólar cai 1,65%, a R$ 5

    Principal índice da B3 terminou o dia aos 106.924,18 pontos, enquanto moeda norte-americana teve maior desvalorização nos últimos dez dias

    Artur Nicocelido CNN Brasil Business*

    O Ibovespa encerrou em alta de 1,17%, aos 106.924,18 pontos, nesta sexta-feira (13). O principal índice da B3 interrompeu uma série de quedas semanais e terminou no patamar mais alto da semana. O que favoreceu a bolsa brasileira foi o alívio dos mercados norte-americanos após a fala de Jerome Powell, presidente do Fed, em relação à inflação.

    De acordo com dados preliminares, o índice fecha a semana com ganhos de 1,9%, após cinco baixas semanais. O volume financeiro foi de R$ 24,9 bilhões.

    Dentre os principais destaques estava a ação da Gol, que teve alta acima de 11%, dois dias após o anúncio da criação de uma holding com a Avianca, sob a qual os dois grupos de aviação vão compartilhar a mesma plataforma de negócios.

    Por sua vez, o dólar caiu 1,65% frente ao real, cotado a R$ 5,057, após ser apoiada nos últimos dias por receios sobre aumentos mais acentuados dos juros nos Estados Unidos e riscos de desaceleração da economia global. Essa foi a maior desvalorização nos últimos dez dias.

    A moeda também rompeu sua trajetória de três semanas consecutivas de alta e encerrou esta em queda de 0,31% -até a quinta-feira tinha alta de 1,36%.

    Banco Central realizou neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de julho de 2022. A operação do BC pode ajudar a dar liquidez na moeda, mas especialistas consultados pelo CNN Brasil Business apontam que o BC poderia atuar mais para conter a volatilidade do câmbio.

    Na véspera (12), o Ibovespa fechou em alta de 1,24%, aos 105.687,64 pontos, enquanto o dólar teve uma leve baixa de 0,06%, cotado a R$ 5,142.

    Fed

    Em entrevista ao programa de rádio Marketplace, o chefe do banco central dos Estados Unidos disse que a batalha do Federal Reserve para controlar a inflação “incluirá alguma dor” à medida que o impacto dos juros mais altos for sentido, mas que o pior resultado seria se os preços continuassem a acelerar.

    “Entendemos e reconhecemos completamente o quanto a inflação é dolorosa”, disse também. Ele repetiu sua expectativa de que o Fed aumentará a taxa de juros em 0,50 ponto porcentual em cada uma de suas próximas duas reuniões, mas prometeu que se os dados mudarem para o lado errado “estamos preparados para fazer mais”.

    “Nada na economia funciona, a economia não funciona para ninguém sem estabilidade de preços”, disse Powell. “Passamos por períodos em nossa história em que a inflação foi bastante alta… O processo de baixar a inflação para 2% também incluirá alguma dor, mas no fim das contas a coisa mais dolorosa seria se não lidássemos com isso e a inflação se enraizasse na economia em níveis elevados, e nós sabemos como é isso. E isso é apenas as pessoas perdendo o valor de seus salários.”

    As taxas de juros estão subindo acentuadamente como resultado das medidas de política monetária projetadas por Powell.

    O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, anunciou em 4 de maio que elevou a taxa de juros do país em 0,5 ponto percentual, a maior alta em mais de 22 anos. Com isso, ela passa a ser de 0,75% a 1% ao ano.

    Efeitos no real

    Retornando aos R$ 5, o dólar reverteu parte dos ganhos que o real obteve nos primeiros meses do ano devido a uma combinação de fatores que influenciaram no fluxo de compra e venda da moeda.

    Ao CNN Brasil Business, especialistas associaram essa valorização recente a dois principais fatores: a perspectiva de altas maiores de juros nos Estados Unidos e os temores em relação aos lockdowns estabelecidos em uma série de cidades economicamente relevantes na China.

    Os juros norte-americanos maiores tendem a atrair investimentos para o mercado de títulos do Tesouro do país, retirando capital de mercados considerados mais arriscados que o dos Estados Unidos, caso do Brasil.

    Já as medidas de controle de disseminação da Covid-19 na China, que afetam cidades como Xangai e Pequim, tendem a reduzir a demanda da segunda maior economia do mundo por commodities, prejudicando seus principais fornecedores, entre eles o Brasil, e influenciando negativamente nos preços desses produtos.

    Pessimismo global

    O instigador mais recente da aversão global a riscos foi a alta de juros nos Estados Unidos, anunciada pelo Federal Reserve na quarta-feira (4). Apesar de descartar altas de 0,75 p.p. ou um risco de recessão, a autarquia sinalizou ao menos mais duas altas de 0,5 p.p.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança, mas prejudica as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Junto com uma série de elevações de juros pelo mundo, os lockdowns na China para tentar conter a Covid-19 aumentam as projeções de uma forte desaceleração econômica, prejudicando os mercados.

    O crescimento das exportações chinesas desacelerou a um dígito, nível mais fraco em quase dois anos, enquanto as importações mal mudaram em abril, ampliando as preocupações econômicas.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta sexta-feira:

    Maiores altas

    • Yduqs (YDUQ3) +12,11%;
    • Gol (GOLL4) +11,79%;
    • Azul (AZUL4) +10,65%;
    • BRF (BRFS3) +10,33%;
    • CVC (CVCB3) +9,75%

    Maiores baixas

    • B3 (B3SA3) -3,61%;
    • Cogna (COGN3) -2,30%;
    • Raia Drogasil (RADL3) -1,91%;
    • Telefônica (VIVT3) -1,36%
    • Carrefour (CRFB3) -1,18%;

     

    *Com informações de João Malar, do CNN Brasil Business, e da Reuters

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