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    Dólar fecha a R$ 5,44 com aversão a riscos; Ibovespa fica perto da estabilidade

    Moeda norte-americana valorizou 1,27% e encerrou no maior valor desde 24 de janeiro; principal índice da B3 terminou com leve alta de 0,06%

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business* , em São Paulo

    O dólar fechou em alta de 1,27%, cotado a R$ 5,439, nesta terça-feira (12), beneficiado por um aumento da aversão global a riscos em meio aos crescentes temores de uma recessão econômica em grandes economias, o que leva à busca por ativos considerados mais seguros, caso da moeda norte-americana. Esse foi o maior valor desde 24 de janeiro, quando encerrou a R$ 5,50.

    O Ibovespa avançou 0,06%, aos 98.271,21 pontos, em uma sessão volátil. O índice foi prejudicado pela retirada de investimentos no Brasil enquanto os investidores operaram com cautela.

    O pessimismo recente está ligado à descoberta de uma nova subvariante do coronavírus na China, a BA.5.2.1, intensificando temores de novos lockdowns no país e de uma consequente desaceleração maior na economia chinesa, o que teria repercussão mundial.

    Por outro lado, seguem no radar os esforços dos Estados Unidos e da Europa de combater níveis recordes de inflação por meio de altas de juros, que tendem a impactar negativamente a atividade econômica.

    No Brasil, os investidores monitoram as votações da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) referente a 2023 e da PEC dos Benefícios, com preocupações quanto ao volume de gastos por parte do governo.

    Na segunda-feira (11), o dólar subiu 1,94%, a R$ 5,371. Já o Ibovespa fechou em queda de 2,07%, aos 98.212 pontos.

    Sentimento global

    Os investidores ainda mantêm uma forte aversão global a riscos desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, o que prejudicaria diversos tipos de investimentos.

    A principal causa para essa aversão é o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, com a elevação mais recente anunciada pelo Federal Reserve em 4 de maio. A alta foi de 0,75 ponto percentual, maior desde 1994, e novas elevações na mesma magnitude não foram descartas.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados de títulos e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Entretanto, o combate do país à maior inflação em 40 anos gera crescentes temores de uma recessão na maior economia do mundo devido à necessidade de um aperto monetário agressivo. O risco leva a uma aversão a riscos, favorecendo o dólar e prejudicando ativos considerados arriscados, caso do mercado brasileiro.

    Sobe e desce da B3

    Entre as principais quedas ficaram as ações ligadas a commodities, que caíram devido à desvalorização dos preços do minério de ferro e petróleo por conta de uma perspectiva de uma demanda global menor. Na ponta positiva, ficaram as ações de varejo e bancos.

    Veja os principais destaques do pregão desta terça-feira:

    Maiores altas

    • Magazine Luiza (MGLU3) +11,41%;
    • Via (VIIA3) +9,44%;
    • Americanas (AMER3) +8,26%;
    • Azul (AZUL4) +7,73%;
    • Grupo Natura (NTCO3) +7,56%

    Maiores baixas

    • Ambev (ABEV3) -6,46%;
    • SLC Agrícola (SLCE3) -6,19%;
    • Pão de Açúcar (PCAR3) -3,42%;
    • Carrefour (CRFB3) -2,79%;
    • Alpargatas (ALPA3) -2,58%

    *Com informações da Reuters

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