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    Bolsa fecha em alta com vacina e vitória de Biden no radar; dólar anda de lado

    Na mínima intradiária, a moeda americana chegou a R$ 5,225, menor valor desde 16 de setembro

    Do CNN Brasil Business, , em São Paulo



     

    Duas notícias animaram – muito – o mercado financeiro nesta segunda-feira: a projeção da CNN de que Joe Biden será o próximo presidente dos Estados Unidos animou e o anúncio da Pfizer de que sua vacina experimental contra a Covid-19 mostrou ser 90% eficaz na prevenção da doença. 

    Com isso, os principais índices acionários do mundo subiram. A bolsa brasileira pegou carona nessa onda otimista e apresentou forte alta hoje. 

    O Ibovespa fechou o pregão desta segunda com alta de 2,57% para 103.515 pontos. Mais cedo, o avanço era maior e a bolsa chegou ao patamar dos 105 mil pontos. 

    Se destacaram ações ligadas ao setor de turismo. A maior alta do dia foi da Gol (GOLL4), que subiu 19,94%. A Azul (AZUL4) veio logo atrás, com avanço de 18,43%. Embraer (EMBR3) e CVC (CVCB3) também tiveram crescimento de dois dígitos. 

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    O democrata Joe Biden em discurso em Wilmington
    O democrata Joe Biden em discurso em Wilmington
    Foto: Kevin Lamarque/Reuters (07.nov.2020)

    No câmbio, o dólar perdia força no início do dia e chegou a cair para R$ 5,22. Mas a moeda americana recuperou terreno e fechou o dia perto da estabilidade ante o real, a R$ 5,38 – queda de 0,08%.  

    “O anúncio da eficácia da vacina desenvolvida pela Pfizer foi o que mais puxou o preço para baixo, mas a precificação foi baixa demais e agora o mercado voltou à racionalidade”, afirma Fabrizzio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora.

    “Não houve um evento específico para a virada do dólar. O momento de euforia após a vitória de Biden passou e o mercado teve um ajuste mais técnico”, explica Cristiane Quartaroli, economista da Ourinvest.  

    A corrida eleitoral americana deixou a questão da Covid-19 em segundo plano. Nos últimos dias, os EUA vêm relatando mais de 100 mil novos casos diários. Já na Europa, vários países adotaram novas medidas de confinamento em uma ofensiva dos governos locais para conter a doença.

    Na visão do gestor Werner Roger, sócio na Trígono Capital, os mercados já refletiam um humor positivo com a vitória de Biden por uma diferença que dá pouca margem a contestação, mas o anúncio da vacina “foi o grande gatilho dessa reação toda”.

    “E aí é o efeito manada…(A bolsa está subindo e) todo mundo embarca no mesmo barco. E o efeito manada acaba sendo um catalisador da alta”, acrescentou.

    A combinação da vitória do democrata com a aposta de um Senado de maioria republicana agrada agentes financeiros, uma vez que reduz a chance de mudanças expressivas de políticas econômicas nos EUA, principalmente em relação à tributação de grandes empresas norte-americanas.

    “Com isso, a incerteza em torno da eleição se dissipou e os investidores recuperaram o apetite pelo risco”, afirmou o analista de mercados Milan Cutkovic, da Axi.

    No Brasil, a temporada de resultados nesta segunda-feira traz os balanços de Magazine Luiza, BRF e Yduqs, entre outros, após o fechamento do mercado.

    Além disso, os operadores de câmbio podem estar precificando também expectativas de intervenções do BC, após o diretor de Política Econômica da autarquia, Fabio Kanczuk, dizer em evento virtual do Itaú que o Banco Central deve atuar no fim do ano no mercado de câmbio em função de grande fluxo esperado no País por operações relacionadas ao chamado “overhedge” (proteção excessiva no mercado) dos bancos.

    O BC divulgou nota na sexta-feira à noite para esclarecer que “mantém permanente monitoramento dos mercados financeiros visando a manutenção de seus normais funcionamentos” e que “decisões de atuação da autoridade monetária diante de disfuncionalidades de mercado são tomadas de forma fundamentada, obedecendo a rígido processo de governança interna e pautadas pela comunicação transparente através dos canais oficiais”.

    Lá fora

    O S&P 500 e o Dow Jones atingiram máximas recordes momentos depois da abertura na segunda-feira, com a notícia de sucesso nos testes de uma vacina contra a Covid-19 e eleição de Joe Biden. O Dow Jones Industrial Average subiu 2,95%, enquanto o S&P 500 ganhou 1,17% e o Nasdaq Composite teve queda de 2,16%.

    As ações europeias saltaram para uma máxima em oito meses nesta segunda-feira depois que as farmacêuticas Pfizer e BioNTech sinalizaram forte progresso em sua vacina contra a Covid-19, enquanto a vitória de Joe Biden nas eleições norte-americanas aumentou as esperanças de uma política comercial mais estável nos Estados Unidos.

    O índice FTSEurofirst 300 subiu 3,9%, a 1.473 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 ganhou 3,98%, a 381 pontos, registrando seu melhor dia desde o final de março.

    As Bolsas da Ásia fecharam em alta generalizada após a confirmação da vitória do democrata Joe Biden na eleição presidencial dos Estados Unidos.  Embora o atual presidente, Donald Trump, ainda não tenha reconhecido a derrota e pretenda questionar o resultado eleitoral na Justiça, o momento é de apetite por risco.

    O índice acionário japonês Nikkei subiu 2,21% em Tóquio, a 24.839,94 pontos, atingindo o maior nível desde o fim de 1991, enquanto o Hang Seng avançou 1,18% em Hong Kong, a 26.016,17 pontos. O sul-coreano Kospi se valorizou 1,27% em Seul, a 2.447,20 pontos, e o Taiex registrou ganho de 1,19% em Taiwan, a 13.127,47 pontos.

    Na China continental, o Xangai Composto teve alta de 1,86%, a 3.373,73 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto, de 2,25%, a 2.333,46 pontos.

    Na Oceania, a Bolsa australiana foi também impulsionada pelo desfecho da eleição americana, e o S&P/ASX 200 avançou 1,75% em Sydney, a 6.298,80 pontos.

    Também no fim de semana, foram divulgados dados mistos da balança comercial da China. Na comparação anual de outubro, as exportações chinesas saltaram 11,4%, superando a previsão de analistas, de alta de 9%, enquanto as importações subiram 4,7% no período, abaixo da estimativa de acréscimo de 8,3%.

    (Com Estadão Conteúdo e Reuters)

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