Dólar fechar em forte queda e bolsa sobe 2% à espera de resultado nos EUA
Internamente, dia trouxe agenda macroeconômica e de resultados corporativos
A quarta-feira (4) foi marcada pelo bom humor nos mercados internacionais com a disputa eleitoral nos Estados Unidos entre o republicano Donald Trump e o democrata Joe Biden. O dólar recuou 1,80%, para R$ 5,657, seu menor patamar desde 26 de outubro (R$ 5,6121) e sua maior desvalorização diária desde 28 de agosto (-2,927%).
Já o Ibovespa subiu 1,97% para 97.866 pontos. As maiores altas foram da Cyrela (CYRE3), com avanço de 7,14%, da Renner (LREN3), com 6,91% e da B2W (BTOW3), com 6,61%.
Para Lucas Lima, analista da Toro, a alta de 2,6% da produção industrial em setembro ajuda a dar o tom otimista no mercado local. “Isso traz ânimo para os investidores. Além disso, a notícia de que o Itaú pode tirar a XP do seu guarda-chuva trouxe um movimento comprador para as ações do banco, que têm peso importante no Ibovespa.”
Para Fabrizio Velloni, da Frente Corretora, a divisa está devolvendo parte dos ganhos de ontem. Já Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest, diz que, além do movimento de realização, está em curso o de especulação.
O que tem dado o norte para o real — ao menos, até o momento — são as incertezas no âmbito doméstico. A dúvida dos investidores tem a ver com as medidas que o governo brasileiro deve adotar em caso de uma segunda onda do novo coronavírus.
“Se romper o teto com aumento de gastos, é provável que o país tenha corte de rating e isso pressiona o dólar”, explica Velloni.
Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, destacou a performance superior do real em relação a seus pares emergentes, o que atribuiu à falta de confirmação de uma ampla vantagem de Biden contra Trump – cenário que era projetado por boa parte dos mercados.
Ainda que uma “onda azul”, em que os democratas conquistariam a Casa Branca e uma maioria parlamentar, seja vista como um cenário positivo para ativos arriscados, principalmente devido à maior probabilidade de aprovação de novos estímulos fiscais nos EUA, o discurso de Trump está bem mais alinhado ao do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse Rostagno.
Já Roberto Motta, responsável pela mesa de futuros da Genial Investimentos, argumentou que mesmo uma vitória de Biden poderia ter resultados positivos para o Brasil, uma tendência que vários analistas têm projetado para os mercados emergentes mais amplos.
“A plataforma do Biden será de gerar gastos de bilhões de dólares em infraestrutura, impulsionar a compra de commodities” e melhorar as relações comerciais dos Estados Unidos, disse, acrescentando que o fato de o Brasil ser a maior economia da América Latina seria motivo para uma aproximação de Biden, com suas divergências políticas em relação a Bolsonaro ficando em segundo plano.
Já, na agenda de resultados corporativos, o dia traz Gol (GOLL4), Ultrapar (UGPA3), Hering (HGTX3) e Ecorodovias (ECOR3).
Bolsas internacionais
Em Wall Street, as bolsas fecharam em alta, mesmo depois de perder força ao longo da tarde. O Dow Jones subiu 1,34%, o S&P 500 avançou 2,20% e o Nasdaq 100 teve alta de 4,41%.
As ações europeias encerraram com fortes ganhos nesta quarta-feira. O segmento de saúde, normalmente considerado mais estável em tempos de incerteza econômica, subiu 4,9%, enquanto as ações de tecnologia, que impulsionaram uma recuperação nas ações globais desde as mínimas da pandemia, avançaram 3%.
Depois de ter recuado até 1,3% em um momento na sessão, o índice pan-europeu STOXX 600 subiu 2,1%, enquanto o alemão DAX valorizou-se 2% e o FTSE, do Reino Unido, subiu 1,7%
Já na China, o mercado terminou a quarta (4) em alta impulsionado pelos ganhos de bancos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, subiu 10,76%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 0,19%.
(Com Reuters)
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