Ibovespa segue exterior e fecha em queda; dólar sobe com CPI da Pandemia
Investidores também repercutiram o avanço da tramitação da Reforma Tributária e início da reunião do Copom
O Ibovespa fechou o pregão desta terça-feira (4) em queda de 1,26%, para 117.712 pontos, contaminado pelo sinal negativo em Wall Street e com bancos entre as maiores baixas.
Já o dólar subiu 0,26%, a R$ 5,4322 na venda, depois de oscilar entre R$ 5,4852 (+1,24%) e R$ 5,4127 (-0,10%).
Os investidores olham para Brasília e têm estímulos diferentes vindos de lá.
De um lado, a CPI da Pandemia ouve o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e preocupa o mercado. De outro, o avanço da reforma tributária anima, com o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP/PB) apresentando relatório à Comissão Mista da Reforma Tributária.
Hoje, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) começou a reunião que deve terminar com o anúncio de aumento da taxa básica de juros para 3,5% ao ano.
Lá fora
O índice Nasdaq fechou em forte queda nesta terça-feira, com investidores se desfazendo de ações de megacaps de crescimento para buscar abrigo em setores mais defensivos do mercado, em meio a preocupações com aumento da taxa de juros e incertezas sobre o próximo relatório mensal de emprego.
O Dow Jones teve variação positiva de 0,06%, para 34.133 pontos. Mas o S&P 500 perdeu 0,67%, para 4.164 pontos; e o Nasdaq Composite recuou 1,88%, para 13.633 pontos.
Empresas altamente valorizadas e relacionadas à tecnologia, incluindo Microsoft, Alphabet, Apple, Amazon e Facebook, sofreram uma ampla liquidação. O índice Philadelphia de semicondutores também caiu.
Comentários da secretária do Tesouro, Janet Yellen, sobre a necessidade potencial de aumento das taxas de juros exacerbaram as vendas no setor de tecnologia, já que investidores temem que juros mais altos pesem sobre os valuations de empresas em crescimento.
O termo valuations se refere ao preço fundamental da ação da empresa levando-se em conta receita, fluxo de caixa, lucro, entre outras medidas. Empresas de crescimento são aquelas cujos lucros e receitas aumentam em ritmo superior ao do mercado em geral.
As ações europeias fecharam em queda nesta terça-feira, com o setor de tecnologia registrando seu pior dia desde o final de outubro após uma queda súbita nas ações de gigantes da tecnologia dos Estados Unidos.
O índice FTSEurofirst 300 caiu 1,42%, a 1.669 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 perdeu 1,43%, a 434 pontos, com as ações de tecnologia recuando 3,8% e alguns analistas atribuindo a queda a uma realização de lucros.
As ações de tecnologia estão sendo negociadas perto de máximas históricas em meio a uma temporada de balanços estelar e um otimismo mais amplo em relação à recuperação econômica.
Já as bolsas da Ásia e do Pacífico encerraram os negócios desta terça-feira (4) majoritariamente em alta, com a liquidez reduzida em meio a feriados que deixaram mercados do Japão e da China fechados e investidores atentos aos acontecimentos da Covid-19 na região.
O Hang Seng subiu 0,70% em Hong Kong hoje, a 28.557,14 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi avançou 0,64% em Seul, a 3.147,37 pontos, interrompendo uma sequência de cinco pregões negativos.
Já na Oceania, a bolsa australiana também ficou no azul, após o RBA, como é conhecido o banco central do país, manter seu juro básico na mínima histórica de 0,10% e prever que não começará a elevar a taxa antes de 2024. O S&P/ASX 200 teve alta de 0,56% em Sydney, a 7.067,90 pontos.
Por outro lado, a bolsa taiwanesa foi pressionada por um recrudescimento de casos locais de Covid-19, e o Taiex caiu 1,68%, a 16.933,78 pontos.
Infecções por Covid-19 estão em trajetória de alta em boa parte da Ásia. Nas últimas semanas, a Índia tornou-se o maior foco de preocupações no continente, chegando a registrar mais de 400 mil casos em 24 horas, um recorde global.
*Com Reuters e Estadão Conteúdo