Dólar fecha a R$ 5,66, maior valor em quatro meses; Ibovespa sobe 1,09%
Preocupação dos investidores é que a isenção dos impostos sobre os combustíveis gere uma consequente alta em outros tributos
Com o avanço da PEC Emergencial no Congresso, o dólar, que chegou a superar R$ 5,70 nesta terça-feira (2), reduziu o ritmo de alta. Ainda assim, o desempenho do dia foi o suficiente para elevar a moeda ao seu maior valor de fechamento em quase quatro meses.
A divisa americana encerrou a sessão em alta de 1,15%, vendida a R$ 5,666. É o maior valor desde 3 de novembro, quando o dólar encerrou o dia valendo R$ 5,761.
Já o Ibovespa, que abriu em queda, inverteu o movimento e passou a subir. O pincipal índice da bolsa fechou em alta de 1,09% para 111.540 pontos.
Isso porque foram deixados os gatilhos e contrapartidas no texto que será votado na quarta-feira (3).
Mais cedo, o ministro Paulo Guedes disse que as novas parcelas do novo auxílio emergencial serão de R$ 250, mas que virão com contrapartidas. Ele, no entanto, disse, em um podcast ao youtuber conhecido como Primo Rico, ser contra cortar os gastos mínimos que são aplicados em educação e saúde.
Também está no radar dos investidores a isenção dos impostos sobre combustíveis e sua consequente alta em outros tributos, a exemplo da Contribuição Social sobre Lucro Liquido (CSLL), de instituições financeiras como os bancos.
O presidente Jair Bolsonaro disse que a suspensão da cobrança do PIS/Cofins por dois meses sobre o diesel tem como objetivo dar tempo ao governo para estudar uma desoneração definitiva.
“O que acontece: quando você zera imposto, pela Lei de Responsabilidade Fiscal tem que arranjar recurso em outro lugar. Então fizemos um limite, esses dois meses é um prazo para a gente estudar, para a gente ver como, de forma definitiva, a gente vai zerar os impostos federais”, afirmou.
Lá fora
O principal índice de ações da Europa subiu nesta terça-feira, uma vez que um alívio no mercado de títulos deu às ações algum espaço para respiro.
O índice FTSEurofirst 300 subiu 0,21%, a 1.591 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 ganhou 0,19%, a 413 pontos, depois de marcar seu melhor dia em quase quatro meses na segunda-feira.
As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa nesta terça-feira (2), num possível movimento de realização de lucros, após reagirem com entusiasmo ao noticiário recente dos EUA no pregão anterior.
O índice acionário japonês Nikkei caiu 0,86% em Tóquio hoje, a 29.408,17 pontos, enquanto o Hang Seng recuou 1,21% em Hong Kong, a 29.095,86 pontos, e o Taiex ficou praticamente estável, com perda marginal de 0,04%, a 15.946,88 pontos, no retorno de um feriado em Taiwan.
O sul-coreano Kospi também voltou de um feriado, mas com alta de 1,03%, levando a Bolsa de Seul a 3.043,87 pontos.
Na China continental, o Xangai Composto se desvalorizou 1,21% nesta terça, a 3.508,59 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto teve perda de 0,70%, a 2.332,76 pontos.
Na segunda-feira, os mercados asiáticos tiveram ganhos robustos, após a aprovação no fim de semana de um pacote fiscal trilionário na Câmara dos Representantes dos EUA e do aval concedido à vacina contra Covid-19 da Johnson & Johnson para começar a ser aplicada no país.
Na Oceania, a bolsa australiana também ficou no vermelho hoje, e o S&P/ASX 200 caiu 0,40% em Sydney, a 6.762,30 pontos. Nesta madrugada, o RBA, como é conhecido o BC da Austrália, decidiu manter seu juro básico na mínima histórica de 0,10%, mas disse que poderá estender seu programa de compras de ativos.
(*Com informações da Reuters)