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    Mercado espera sinal de Bolsonaro para assegurar Guedes

    Depois de uma fala tão contundente, a força do ministro precisará ser confirmada pelo seu chefe, na visão de executivos do mercado ouvidos pela CNN

    Thais Herédiada CNN

    Ao acompanhar a entrevista de Paulo Guedes e Rodrigo Maia, gestores do mercado ouvidos pela coluna financeiro se dividiram sobre os efeitos da fala do ministro e do presidente da Câmara. O que é mais forte: a debandada no Ministério da Economia ou a aliança entre os dois para proteger o teto de gastos e as contas públicas? 

    Na avaliação de alguns analistas, a saída de Paulo Uebel, responsável pela reforma administrativa, e de Salim Mattar, que estava com as privatizações, confirmam a mudança na agenda liberal de Guedes. E reforçam a percepção de um enfraquecimento do ministro no governo. 

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    Além de assumir que o pedido de demissão dos dois secretários foi sim uma debandada, Guedes também criticou fortemente “conselheiros” do presidente que o incentivam a furar o teto de gastos, a “pular a cerca” e jogar o país no caos, com desmantelamento do regime fiscal brasileiro.

    Depois de uma fala tão contundente, a força do ministro precisará ser confirmada pelo seu chefe, na visão de executivos do mercado ouvidos pela CNN. 

    Bolsonaro já fez isso em outras situações em que Guedes foi confrontado por integrantes do governo, como o ministro Rogerio Marinho, que batalha para gastar até R$ 30 bi em investimentos públicos para ajudar a retomada econômica. Esta é uma agenda populista, irresponsável fiscalmente e que coloca em risco os investimentos privados, segundo muitos analistas. 

    O receio de que a corrosão da âncora fiscal avança em Brasília levou até o Banco Central a reforçar seus alertas na ata da última reunião do Copom, que decidiu pela queda da taxa de juros para 2% ao ano. Se as reformas não avançarem e houver “ruptura” no regime fiscal brasileiro, os juros podem subir e todo trabalho feito nos últimos anos para reduzir a taxa estrutural do país será jogado fora, avisaram os diretores do BC. 

    A saída de integrantes do super ministério de Guedes assusta e preocupa, coloca em dúvida a agenda econômica do governo federal e a recuperação da recessão provocada pela pandemia. Os próximos dias podem ser decisivos para confirmação do apoio ao “posto Ipiranga” de Bolsonaro, ou uma guinada populista nos planos de Jair Bolsonaro.

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