Mais da metade das indústrias que aderiram ao BEm em 2020 deve repetir acordo
Conclusão vem de pesquisa feita perla Confederação Nacional da Indústria (CNI)
Pouco mais da metade das indústrias que aderiram ao BEm, programa de suspensão de contrato de trabalho ou de redução de salário e jornada, no ano passado, deve repetir o movimento agora, após a edição de Medidas Provisórias que flexibilizam as regras trabalhistas em meio à pandemia.
Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 35% das empresas consultadas pretendem firmar os acordos com o governo. O percentual equivale a pouco mais da metade das indústrias que aderiram ao programa em 2020: 64%.
A pesquisa foi realizada entre 16 a 22 de abril e ouviu 552 empresas da base industrial. O BEm é considerado importante ou muito importante por 84% das empresas ouvidas.
“Ter instrumentos que permitam a preservação de empregos agora é essencial para que a retomada ocorra em condições menos desfavoráveis mais adiante”, disse presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, destacando que as empresas brasileiras estão atravessando a segunda onda da pandemia ainda mais fragilizadas do que estavam no início do ano passado.
Ainda de acordo com a CNI, a maior adesão será em acordos de suspensão de contrato de trabalho, com 57% das empresas dizendo que buscarão firmar este tipo de acordo com pelo menos parte dos trabalhadores. Em 2020, a suspensão de contratos foi adotada por 61% das empresas respondentes.
A maior parte dos empregados deve ser atingida pela redução de salário e jornada em 50%, que deve alcançar cerca 30% dos trabalhadores das empresas que pretendem aderir a essa modalidade.
“Em média, as empresas pretendem firmar acordos de suspensão de contrato de trabalho com 20% dos empregados. As que pretendem propor a redução de 70% de jornada e salário afirmam que os acordos devem alcançar 15% de seus empregados”, mostra a confederação.
Cartilha detalha MPs
A CNI lançou, nesta quinta-feira (29), uma cartilha para ajudar o setor produtivo a aplicar as flexibilizações de trabalhistas de forma adequada.
“No documento, a CNI traz o conjunto de alternativas trazidas nas duas medidas de forma objetiva e didática. Cada norma é apresentada com descritivos sobre a abrangência e a duração possível de cada instrumento previsto na legislação e destaca as principais disposições sobre a redução de jornada e salário, a suspensão do contrato de trabalho e o funcionamento do BEm”, informa.