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    Magalu, B2W, Mercado Livre: quem vai vencer a corrida da entrega mais rápida

    Na internet, a diferença de um dia de prazo para a entrega pode ser um fator decisivo para atrair ou afastar um consumidor

    Estoque das lojas Magazine Luiza
    Estoque das lojas Magazine Luiza Foto: Magazine Luiza / Reprodução

    Leonardo Guimarães,

    do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Se há cinco anos era comum esperar mais de uma semana para receber uma encomenda feita pela internet, hoje esse prazo é considerado aceitável apenas para produtos grandes — pelo menos nas grandes cidades. O conceito de urgência foi alterado graças ao investimento de varejistas em logística para entregar rapidamente.

    Não por acaso, hoje alguns consumidores esperam receber a mercadoria em um dia (ou até mesmo no mesmo dia)

    As gigantes seguiram caminhos parecidos. Magazine Luiza (MGLU3) e Lojas Americanas (LAME4) apostam na transformação de suas lojas em mini centros de distribuição. Já Mercado Livre e Amazon têm grandes centros espalhados pelo Brasil. A Via Varejo (VVAR3), por sua vez, tenta unir o melhor dos dois mundos. 

    Mesmo nesse setor tão concorrido, ainda há espaço para dizer quem está à frente: o Magazine Luiza. Pelo menos é o que afirma Luiz Claudio Dias Melo, sócio-diretor da consultoria 360 Varejo. 

    “O único player que dispõe de pontos físicos em larga escala e tem uma integração total com suas lojas é o Magalu e esse aspecto dá uma larga vantagem à varejista sobre qualquer outro concorrente”, afirma o especialista.

    A agilidade na entrega dos produtos é para o e-commerce um desafio enorme e, ao mesmo tempo, um trunfo em um setor extremamente concorrido. Na internet, a diferença de um dia de prazo para a entrega pode ser um fator decisivo para atrair ou afastar um consumidor – e também para agradar os acionistas dessas companhias. 

    Conheça as estratégias das principais varejistas do Brasil para chegar em poucas horas na casa dos consumidores: 

    Magazine Luiza

    Um dos caminhos para o crescimento do Magazine Luiza são as aquisições. Entre as compras mais famosas estão a Netshoes, a AiQFome e a Logbee. Esta última é a chave do Magalu para chegar rápido à casa do cliente. 

    A empresa usa suas 1.200 lojas como centros de distribuição e, assim, só se preocupa com a chamada “última milha”, um trajeto curto do centro de distribuição até o destino final. 

    A Logbee foi comprada em maio de 2018 e é a encarregada dessa última etapa da entrega. Com a integração da startup, 40% dos pedidos do e-commerce da empresa chegam em até 24 horas à casa dos consumidores. 

    “Essa integração físico-digital é fundamental para que a engrenagem funcione como o planejado e dê o melhor resultado possível”, diz o balanço da empresa no terceiro trimestre de 2020. 

    Mercado Livre 

    A varejista com o maior sortimento do e-commerce brasileiro investe pesado em centros de distribuição e vai abrir quatro galpões em 2021. Com isso, serão dez centros de distribuição espalhados pelo Brasil. O investimento faz parte do esforço da varejista argentina de fazer entregas em até dois dias para todo o Brasil. 

    O Mercado Livre entrega 70% dos produtos em um dia e 80% em até dois dias. “Temos visto a quantidade de pessoas se surpreendendo com o recebimento no dia seguinte”, comentou Fernando Yunes, vice-presidente sênior do Mercado Livre no Brasil, em entrevista ao CNN Brasil Business

    O trunfo do Mercado Livre é a modalidade Fullfilment, o que significa que a empresa gerencia o estoque dos vendedores – do armazenamento até a entrega. O Fullfilment atende 1.800 cidades brasileiras e chega a 80% da população. Com isso, o Mercado Livre consegue entregar 80% dos pedidos em até dois dias.

    Leandro Bassoi, vice-presidente de Operações Logísticas do Mercado Livre, garante que o Mercado Livre vai ampliar o número de entregas em dois dias ou até no dia seguinte à compra e que a empresa “caminha na direção das entregas no mesmo dia”.

    Amazon 

    O mercado observou os pequenos passos que a Amazon dava no Brasil por muito tempo. Há oito anos, quando chegou aqui, a empresa ainda não conseguia repetir a receita de sucesso dos EUA, que é abrir centros de distribuição em locais estratégicos para agilizar as entregas. 

    Agora, a gigante caminha a passos largos. Em novembro, a varejista anunciou a abertura de três centros logísticos no Brasil e elevou para oito o total de CDs no país.

    Com o Prime, programa de fidelidade da empresa, os clientes recebem os pedidos em no máximo dois dias úteis. Após a abertura dos CDs, a empresa pode expandir o programa de 400 para mais de 500 municípios, segundo Alex Szapiro, presidente da operação brasileira. 

    “O que a Amazon quer, com a abertura destes centros de distribuição, é cada vez mais estar próximo do cliente. Poder entregar em dois dias ou até mesmo em um”, disse o executivo em entrevista ao CNN Brasil Business

    B2W

    A B2W é a segunda varejista com maior número de centros de distribuição. A empresa já tem 21 desses galpões distribuídos por 11 estados brasileiros. Assim como já faz o Mercado Livre, a B2W já recebe produtos de terceiros para entregar a partir de seus centros de distribuição. 

    “Conectamos no nosso site milhares de lojas físicas locais de lojistas, para ajudar o pequeno comerciante a entregar em até três horas no endereço de desejo do cliente”, explica Leonardo Rocha, head de Marketing da plataforma digital Americanas

    Além dos centros de distribuição, a B2W pode contar com 1.700 lojas físicas da Americanas e mais de duas mil lojas de parceiros. A empresa ainda tem entregadores conectados à plataforma Ame Flash, que possibilita a entrega em até duas horas e já atende mais de 700 cidades brasileiras. 

    O objetivo da B2W é garantir entregas em até 48 horas para mais de mil municípios. 

    “A B2W é o player que poderíamos comparar com o Magalu, mas ainda não tem um processo totalmente integrado”, explica Luiz Claudio Melo. 

    Via Varejo

    A dona do Ponto Frio, Casas Bahia e Extra.com segue o modelo do Magazine Luiza, usando suas lojas como mini centros de distribuição, mas está um pouco atrás nessa estratégia. Menos da metade das 1,1 mil lojas são usadas para a logística do e-commerce. Porém, pelo menos 50% das entregas já passam pelas lojas antes de chegar à casa do consumidor. 

    “Em logística, avançamos com os mini-hubs e foco na última milha. Estamos trabalhando para uma gestão da nossa cadeia logística mais eficiente e inteligente para atender nosso cliente da melhor maneira”, afirma Abel Ornelas, COO da Via Varejo.

    Mas a empresa comandada por Roberto Fulcherberguer ainda é líder em centros de distribuição, operando 27 desses galpões. 

    Outro trunfo da Via Varejo foi a compra a ASAPLog, empresa de logística especializada em e-commerce que tem uma rede de entregadores autônomos. Foi o investimento da companhia na última milha. 

    Mais de 90% das entregas operadas pela empresa de logística são feitas em até 24 horas, segundo a Via Varejo. Vale ressaltar que a ASAPLog ainda opera pedidos de outras empresas no e-commerce.