Líder do MDB defende privatizar Eletrobras, mas quer conta de luz mais barata
Senador e ex-ministro Eduardo Braga afirma que 50% dos recursos devem ser direcionados a um programa de subsídios com dez anos de duração
O senador Eduardo Braga (MDB-AM), líder do MDB no Senado e um dos parlamentares mais envolvidos na discussão da privatização da Eletrobras, falou que a concessão da estatal para a iniciativa privada pode ser aprovada e passar ainda esse ano no Congresso, mas com condições.
Em entrevista exclusiva à CNN, Braga lista as demandas. São elas:
– Criação de uma “golden share”, uma ação especial que permita assento no Conselho de Administração e veto em temas estratégicos;
– Dinheiro para recuperação das bacias do Rio São Franciso e Região Amazônica;
– Destinação de parte do valor para baratear as contas de energia elétrica.
A proposta do senador, ex-ministro de Minas e Energia no governo Dilma Rousseff (PT), é que 50% do valor arrecadado com a concessão seja direcionado a um fundo existente, o da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Hoje, são os consumidores que abastecem a CDE, que financia benefícios concedidos a grupos sociais ou regiões.
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“O que nós estamos propondo é que nós tenhamos essa conta paga pela cessão onerosa de Tucuruí e dessas hidrelétricas que seriam descotizadas”, disse Braga. “Seria possível fazer a capitalização da Eletrobras, a retomada da capacidade de investimento, e, ao mesmo tempo, assegurar para os próximos 10 anos a redução da tarifa de energia elétrica.”
O líder do MDB no Senado diz que as conversas com o ministro da Economia, Paulo Guedes, “estão avançando” e que há receptividade quanto à ideia, em si, da privatização. “É importante a privatização não por privatizar, mas para voltar a ter a capacidade de investimento da Eletrobras e ter a possibilidade de um parque mais moderno e mais eficiente para a população”, afirmou.
(Edição: Paulo Toledo Piza).