JBS mantém plano de investimentos de R$ 8 bilhões, mesmo com a pandemia, diz CEO
Uma das maiores produtoras de carne do Brasil, a JBS encerrou o segundo trimestre de 2020 com lucro líquido de R$ 3,379 bilhões.
O lucro da JBS de quase R$ 3,4 bilhões no segundo trimestre registrado animou o CEO da empresa Gilberto Tomazoni, assim como o mercado. Por isso, nem mesmo a pandemia fará com que a empresa, que é uma das maiores produtoras de carne do mundo, mude os seus planos de investimentos. Segundo Tomazoni em entrevista à CNN, o plano de investir R$ 8 bilhões no Brasil até 2025 será seguido à risca.
“Até 2025, vamos investir R$ 8 bilhões só nos investimentos diretos da JBS. Só por conta desse investimento, vamos gerar mais 20 mil vagas”, diz Tomazoni. “Se somar os colaboradores que já temos hoje, vamos ter, no Brasil mais de 150 mil colaboradores”.
Os investidores também gostaram dos resultados do frigorífico. Não por acaso as ações da companhia estão entra as maiores altas da bolsa de valores nesta sexta-feira (14).
Segundo Tomazoni, isso só foi possível por causa de rápidas mudanças dentro da companhia. Além disso, a empresa também precisou focar em outros tipos de segmentos. As vendas para restaurantes, por exemplo, tiveram um grande impacto. Por isso, a empresa precisou partir com mais força para o varejo.
“A nossa agilidade em mover de um canal de food service, que foi impactado enormemente no início, para o varejo. Não era simplesmente pegar o produto e colocar outro, você tem que adaptar”, afirmou ele. “Ter a habilidade e capacidade de fazer isso em um tempo recorde fez toda a diferença”, acrescentou.
Não por acaso, portanto, o maior crescimento do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi da JBS Brasil, com alta de 222,8%, seguido por JBS USA Beef, com avanço de 208,7%, e pela JBS USA Pork, de 153,7%. O lucro da Seara, por sua vez, cresceu 91,6% na comparação interanual, para R$ 1 bilhão no segundo trimestre.
Além disso, segundo Tomazoni, a empresa tomou uma série de medidas para melhorar o esquema de higienização das fábricas. O executivo diz que, atualmente, as fábricas estão com cuidados similares aos vistos em hospitais.
“Diria que, hoje, as nossas fábricas se parecem muito com hospitais. Fizemos um gigante movimento de mudanças pelo grande foco de evitar aglomerações, distanciamento e proteção individual”, disse. “Onde não é possível ter o distanciamento, a gente construiu barreiras físicas com acrílico para criar isso entre as pessoas. São inúmeras as adaptações que a gente fez”, exemplificou.
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Papel social
Tomazoni também lembrou do investimento anunciado em maio, de R$ 700 milhões para o projetos sociais em meio à pandemia
“Só no Brasil foram R$ 400 milhões, com construções de dois hospitais – um em Brasília e outro em Rondônia”, disse. Além disso, a JBS restaurou cinco unidades básicas de saúde, segundo Tomazoni, e doou 86 ambulâncias e 10 mil toneladas de alimentos.
Para completar, Tomazoni afirmou que a JBS usou a própria estrutura para entregar os produtos às pessoas que receberam essas assistências da empresa.
“Usamos toda a nossa estrutura logística de distribuição para fazer chegar em 280 municípios”, disse. “São mais de 70 mil pessoas que foram impactadas em 19 estados, e também no exterior”, concluiu.
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