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    Itaú registra alta de 14,5% no lucro em 2022 e carteira de crédito chega a R$ 1,14 tri

    Banco divulgou balanço do 4º trimestre após o fechamento do mercado nesta terça-feira (7) com lucro anual de R$ 30,8 bilhões

    Relatório citou impacto negativo causado por uma empresa de grande porte que entrou em recuperação judicial
    Relatório citou impacto negativo causado por uma empresa de grande porte que entrou em recuperação judicial Foto: Rodrigo Garrido/Reuters

    Diego Mendesda CNN São Paulo

    O Itaú Unibanco divulgou nessa terça-feira (7) lucro de R$ 30,8 bilhões em 2022, o que representa alta de 14,5% em relação ao ano anterior, e retorno recorrente sobre o patrimônio líquido (ROE) médio anualizado de 20,3%.

    De acordo com o documento, o aumento das receitas de prestação de serviços e seguros, em razão do maior faturamento na atividade de cartões, contribuiu para os resultados — tanto em emissão quanto em adquirência – e dos maiores ganhos com administração de recursos.

    Outra influência foi o crescimento da margem financeira com clientes, impulsionado pelo crescimento da carteira associado à gradual mudança do mix para créditos relacionados ao segmento do varejo.

    O balanço destaca ainda os “impactos causados por um caso específico de uma empresa de grande porte que entrou em recuperação judicial”, sem citar o nome da companhia.

    Segundo os dados, houve reforço na Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa para cobrir 100% da exposição, gerando um impacto de R$ 719 milhões no resultado recorrente gerencial.

    O relatório enfatizou os atendimentos pelos meios digitais na atração dos clientes do banco. “Em 2022, 70% das contratações de produtos por pessoas físicas foram realizados digitalmente, um crescimento de 14 pontos percentuais na comparação com 2021. Ainda na frente de transformação digital, encerramos o ano com 50% de nossa plataforma modernizada e rodando na nuvem pública”.

    Carteira de crédito

    A carteira de crédito total registrou crescimento de 11,1% ante 2021, atingindo R$ 1,14 trilhão em dezembro de 2022. Na carteira de pessoas físicas, o aumento está relacionado aos volumes de linhas associadas a crédito garantido, como imobiliário (23,8%), e também de outras linhas, como cartão de crédito (20,5%) e crédito pessoal (26,8%).

    O custo do crédito, que inclui a despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD), somou R$ 32,3 bilhões em 2022, alta de 59,6% quando comparado ao ano de 2021. Segundo nota do Itaú, o crescimento se deu pela maior despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa nos negócios de varejo no Brasil.

    O crescimento do custo do crédito no último trimestre de 2022 aconteceu nos negócios de atacado no país. Esse crescimento, conforme traz o documento, ocorreu
    em razão de um evento subsequente relacionado a um caso específico do segmento de grandes empresas, que teve impacto de R$ 1,3 bilhão no trimestre no custo de crédito.

    “Sem maiores surpresas, o Itaú segue apresentando, em nossa opinião, um conjunto de resultados equilibrado quando consideramos o contexto de maior seletividade e desaceleração de crescimento de carteira de crédito vivido pelo setor, consequência natural do ambiente de maior aperto monetário”, destacou a equipe de analistas do Banco do Brasil.

    Para o setor bancário, o ano de 2023 tende a ser de acomodação, na visão do Banco do Brasil. Isso inclui menor crescimento de carteiras e pressão sobre os custos, mas também receitas financeiras robustas graças ao ambiente de maiores juros compensando esses reveses.

    “A vantagem do Itaú, em nossa visão, está na maior qualidade relativa da carteira de crédito, ainda que o segmento pessoa física, que não apenas foi de onde a maior parte do crescimento dos últimos anos veio, mas também de onde a maior inadimplência vem (e deve continuar) despontando, siga sendo o ponto a ser monitorado com maior escrutínio”, pontuou o BB.

    “Apesar de algumas dinâmicas ligeiramente decepcionantes, como o fraco crescimento de receitas de serviços (exceto seguros), atribuído em nossa análise à desaceleração do crédito e das despesas não-juros, que cresceram acima da inflação no comparativo anual, temos poucos indícios de uma deterioração significativa na capacidade operacional do Itaú, neste momento”, concluiu.

    Americanas

    A exposição do banco à Americanas acabou sendo abaixo do esperado, o que também ajudou o Itaú a obter “resultados decentes” no quarto trimestre de 2022, segundo o time de análise do BTG Pactual.

    A dívida bilionária da varejista não teve impactos significativos neste primeiro momento graças a uma quantia de fundo que ajudou o banco a liquidar parte do rombo. Ainda assim, o BTG destaca que sem essa provisão o lucro líquido do Itaú seria ainda maior, passando a ser de R$ 8,4 bilhões no período.

    “O Itaú tinha uma exposição de R$ 2,9 bilhões. Contabilizou R$ 1,3 bilhão de provisões adicionais (R$ 720 milhões após impostos) relacionados à Americanas, impactando seus resultados do quarto trimestre”, explicou.

    “Sua exposição restante (estimamos R$ 1,6 bilhão) foi resolvida reduzindo as provisões extras já contabilizadas no balanço patrimonial (agora “carimbado” como AMER), o que deve fazer com que em 2023 os resultados pareçam ‘mais limpos’, pois provisões extras deste evento não serão necessárias”, concluiu.

    (Com informações de Fabricio Julião, da CNN)