IRB dá sinal de melhora, mas não suficiente para BTG e Safra recomendarem compra
O BTG estima que as ações, em 12 meses, serão negociados em R$ 6; já o Safra projeta alta de 22% para R$ 7,80
Um prejuízo pode indicar melhora? Bom, quando se trata da resseguradora IRB, a resposta é sim. No terceiro trimestre, a companhia teve um prejuízo líquido de R$ 230 milhões ante um prejuízo de R$ 685 milhões no segundo trimestre.
“Não vemos os números necessariamente como uma má notícia”, escrevem Eduardo Rosman e Thomas Peredo, analistas do BTG, em relatório.
Mas também não foram bons o suficiente para os especialistas recomendarem a compra dos papéis. O BTG estima que os papéis, em 12 meses, serão negociados em R$ 6, sendo que ontem fecharam em R$ 6,32.
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Já analistas do Safra veem as ações em R$ 7,80 em 12 meses, ou seja, preveem uma alta de 22%. Mesmo assim, indicam cautela.
“Os números do IRB mostram alguma recuperação. No entanto, ainda é cedo para afirmar se os ajustes no resultado já passaram, portanto mantemos nossa visão neutra”, escrevem Luis Azevedo e Silvio Dória, do Safra.
Então, o que os analistas viram de positivo? Após o aumento de capital de R$ 2,3 bilhões em agosto, a base de capital do IRB está mais forte e os executivos estão se mexendo para resolver os problemas de liquidez.
O problema é que a visibilidade do novo ROE (retorno) “recorrente” do IRB permanece baixa, e o valuation não oferece uma boa recompensa em termos de risco-retorno no atual patamar de preços das ações.
De fato, o IRB vem fazendo uma verdadeira faxina dentro de casa, analisando todos os contratos que apresentam “rentabilidade insatisfatória”. Além disso, dará mais atenção ao mercado doméstico, onde tem mais vantagem competitiva, e reduzirá a sua exposição à carteira internacional.
Segundo cálculos da própria empresa, se descontados os negócios descontinuados, o IRB teria gerado um lucro líquido de R$ 149 milhões no terceiro trimestre, ao invés de um prejuízo líquido. Isso implicaria em um índice de perda de 56% contra os 96,2% realmente reportados no terceiro trimestre.
Agora é esperar para ver se a tendência de melhora se confirma no quarto trimestre.
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