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    Inflação pode terminar 2022 abaixo de 6,5%, diz Campos Neto

    Presidente do Banco Central afirmou que queda do indicador ainda não é motivo de celebração, e que "é muito difícil levar o IPCA para a casa dos 3%"

    Fabrício Juliãodo CNN Brasil Business , em São Paulo

    O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (23) que a inflação pode terminar o ano abaixo de 6,5%, mas que ainda não há motivos para celebração, pois a inflação continua persistente.

    “Quando olhamos para o Brasil, vemos uma inflação persistente, mas que está em queda. Este ano, a inflação vai ficar em 6,5%, talvez um pouco menos, mas não vamos celebrar isso porque ainda temos um grande trabalho pela frente”, disse, durante apresentação no XVIII International Investment Seminar, promovido pelo Moneda Asset Management.

    Campos Neto destacou os esforços monetários e as ações governamentais adotadas neste ano, como o corte de impostos federais, para tentar controlar a inflação no país. No entanto, ele afirmou ser “muito difícil” trazer o IPCA para dentro da meta do ano que vem, estipulada em 3,25%.

    “Eu acho que vamos ter dois processos agora, um deles é fazer a energia ficar mais barata e o outro é de controlar a inflação. Mas para trazer inflação de 5% para a casa dos 3% ou 2% é muito difícil, porque ela já está muito generalizada. O processo é diferente do que o de variar o preço de energia”, pontuou.

    O presidente do BC também declarou que “muito do trabalho que o BC faz ainda não está sendo observado pelo mercado”, e que essas ações vão contribuir a partir dos próximos meses para uma inflação menor.

    “Fomos um dos únicos países a achar que a inflação seria mais persistente, porque achamos que era um problema de demanda também, não somente de oferta”, disse.

    Por fim, Campos Neto destacou que a inflação atual é diferente da que ocorreu em 2014 e 2015, durante o governo Dilma.

    Ele também celebrou a recuperação da economia brasileira em meio à pandemia e à guerra na Ucrânia, salientando o queda no desemprego e o aumento nas projeções do PIB para 2022.

    “Quando olhamos para o PIB, vemos que fomos de 0% para 2,12%, nossa última projeção. Vemos vários dados apontando para revisões, de crescimento maior e inflação menor. Isso é consequência de várias reformas que fizemos no passado, nos últimos 4 anos fizemos várias reformas no Brasil, e isso contribuiu para impulsionar a economia”, ressaltou.

    “O mercado de trabalho é a maior surpresa para nós. Vocês não verão nenhum país que reduziu o desemprego em 5% durante a crise como o Brasil”, concluiu.

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