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    Inflação fecha 2021 a 10,06%, acima do teto da meta e no maior nível em 6 anos

    Grupo Transportes teve o maior peso no resultado do ano; dados foram divulgados na manhã desta terça-feira (11) pelo IBGE

    Ligia Tuondo CNN Brasil Business

    O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial de inflação do país, encerrou 2021 a 10,06%. O resultado fica acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 5,25%, e é o maior em seis anos.

    Em dezembro, a taxa foi de 0,73%, uma desaceleração em relação à registrada em novembro (0,95%). Os dados foram divulgados na manhã desta terça-feira (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

    Em 2021, o alvo central da meta para a inflação era de 3,75%, com margem de tolerância que ia de 2,25% até um limite máximo de 5,25%.

    Analistas de mercado esperavam alta de 0,65% em dezembro, e de 9,97% no ano.

    O grupo Transportes teve o maior peso no resultado do ano, de acordo com o instituto, com a maior variação (21,03%) e o maior impacto (4,19 p.p.) no período.

    Em seguida, vieram Habitação (13,05%), que contribuiu com 2,05 p.p., e Alimentação e bebidas (7,94%), com impacto de 1,68 p.p. Juntos, os três grupos responderam por cerca de 79% do IPCA de 2021, diz o IBGE.

    Dentro de Transportes, o item que mais pesou foi o combustível. “Com os sucessivos reajustes nas bombas, a gasolina acumulou alta de 47,49% em 2021. Já o etanol subiu 62,23%, influenciado também pela produção de açúcar”, explica o gerente do IPCA, Pedro Kislanov, em nota.

    Ainda no grupo Transportes, o IBGE destaca também o preço dos automóveis novos (16,16%) e usados (15,05%), que tiveram contribuição significativa, sobretudo, pelo desarranjo na cadeia produtiva do setor automotivo.

    “Houve uma retomada na demanda global que a oferta não conseguiu suprir, ocorrendo, por exemplo, atrasos nas entregas de peças e, as vezes do próprio automóvel”, diz Kislanov.

    No grupo Habitação, as principais contribuições (0,98 p.p.) vieram da energia elétrica, que subiu 21,21%, e do botijão de gás, com alta de 36,99%.

    A conta de luz pesou mais no bolso do consumidor no ano, por conta da crise hídrica, que dexou o custo de geração vem mais alto. Vale lembrar que uma nova bandeira tarifária (Escassez Hídrica) chegou a ser criada em 2021, para acomodar a necessidade de reajustes mais altos.

    Já o grupo Alimentação e bebidas teve variação de 7,94%, menor que a do ano anterior (14,09%), quando contribuiu com o maior impacto entre os grupos pesquisados.

    Os destaques dessa categoria foram café moído, que subiu 50,24%, e o açúcar refinado, que teve alta de 47,87%, destaca o IBGE.

    “A alta do café ocorreu principalmente no segundo semestre, pois a produção foi prejudicada pelas geadas no inverno. Já o preço do açúcar foi influenciado por uma oferta menor e pela competição pela matéria-prima para a produção do etanol”, diz Kislanov.

    Inflação em dezembro

    Na comparação mensal, apesar de o IPCA ter mostrado uma desaceleração — indo de 0,95% em novembro a 0,73% –, todos os grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta.

    O grupo Vestuário teve a maior variação (2,06%), mostrando aceleração em relação ao mês anterior (0,95%).

    Na sequência, vieram Artigos de Residência (1,37%) e Alimentação e bebidas (0,84%). Esse último contribuiu com o maior impacto no índice do mês (0,17 p.p.).

    O IBGE destaca também no resultado do mês as variações de Habitação (0,74%) e Transportes (0,58%), inferiores às observadas no mês anterior (1,03% e 3,35%, respectivamente).

    O grupo Saúde e cuidados pessoais, por sua vez, teve alta de 0,75%, após a queda de 0,57% em novembro. Os demais ficaram entre o 0,05% de Educação e o 0,56% de Despesas pessoais, diz o instituto.

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